sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Cangaço ou Coronelismo

O coronelismo é uma cria completamente brasileira, e nunca teve tão em voga. Haja vista os comportamentos desregrados e imperativos singulares das importantes “incelenças” que estão no poder. É uma oligarquia com chapéus de couro e chicotes. Escravagista de carteirinha, o coronelismo, em outros tempos, foi cantado em versos, apreciado em novelas, cujas figuras principais sempre usaram terno e gravata, pulseiras tilintantes, e.. claro,  não faziam mal do lado de trás da tela.

Abra-se noutra aba o conceito de coronelismo para comparar aqui com a rotina do congresso e surpreender-se-á o leitor, com as semelhanças. Confira nas wikis… Há quem compare ao feudalismo, mas o viés ilícito e criminoso, o coloca num contexto muito mais feroz.  É a cara do nosso congresso de hoje. A novidade é que agora há uma sede, um quartel que os arregimenta nos corredores dos prédios públicos de Brasília.

Características como fraude eleitoral, voto de cabresto, políticas de conveniências, conchavos e manobras ilícitas para se manter no poder estão nos conceitos de coronelismo. Enfim, somente a abolição dos chapéus é o que os diferencia dos parlamentares. Veja, leitor, que as fraudes eleitorais, não se dão apenas nas urnas eletrônicas, mas no formato ineficiente da lei, que não dá respaldo à ordem, e é permissiva com arranjos de permanência em cargos e funções exercidas. Voto de cabresto é um termo popular pitoresco para se dizer chantagem. É tudo muito feio e nocivo.

Das políticas de conveniência, dos apadrinhamentos, ah.. esses são uma prática tão corriqueira, que há “incelenças” que realmente não se lembram mais, se houve algum dia em que governantes portaram-se de forma diferente. E nós, paramos aqui para refletir e nos lembramos daquele político cínico nas nossas lembranças, nas manchetes recentes… o sorriso de escárnio e as palavras de hipocrisia de quem não se preocupa em sequer “parecer” humilde..

A política é um baile que nunca acaba. Trocam-se de roupas e de pares, mas tudo se faz para se continuar no grande salão de dança. A república velha parece voltar e assombrar nossos sonhos de mudança. O coronelismo está de volta com uma roupagem apenas alinhada com a atualidade, mas os propósitos são os mesmos e o Brasil nunca esteve tão desprotegido e enterrado no meio de um livro de 446 páginas ora rasgado.

Já passamos da fase da letargia, já superamos a Síndrome de Genovese, já não mais nos portamos com alienação ante as patifarias diárias dos políticos sujos, as redes sociais nos ajudam, mas não conseguimos imprimir força o suficiente para mover o eixo dessa engrenagem podre, não conseguimos separar o joio do trigo.

Os descalabros são tão grotescos que poderíamos chamá-los de kafkianos, para não ter que escolher entre os muitos nomes dos candidatos aos cargos de coronéis de estrume, que concorrem para permanecer nos “trends”. Eles estão jogando um “tudo ou nada”, que se limitam ao tempo de suas permanências no poder. São homens em fins de mandato, carregados de processos, sem respeito, sem o menor pudor de prejudicar uns aos outros e ao povo que os elegeu.

Só podem estar loucos, insanos, desarrazoados os que desejam que um juiz não interprete a lei, quando em contrapartida, eles mesmos manipulam as leis em seu favor, contando com as brechas do direito.

O STF não tem sua base no direito criminal, porque nunca se imaginou chegar a esse ponto, em que um tribunal maior, precisasse julgar processos dessa área. Isso era próprio do mundo do crime comum.

Procuramos entre nós, um líder que seja capaz de nos restaurar a fé… que nos mova na direção do sucesso, da evolução, que nos leve pela senda do progresso. Estamos cansados, fatigados mesmo, da falta de pudor dos poderosos de todos os poderes. Chega de depravação! É preciso devolver o que resta do Brasil ao seu povo, para que este, lhe limpe as feridas e siga em frente.

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Manda quem pode, obedece quem tem juízo

Afinal, quem manda no Brasil?
Governos vêm e vão e a população continua dividida em maioria adormecida e minoria pensante, em cuja preocupação, freme a questão: Quem governa é realmente quem manda?

Uma olhada apenas de leve pela história, é suficiente para se ver que o caos foi sempre o melhor terreno para se desenvolver monstros. Assim acontece nas ditaduras, assim acontece na corrupção.
O que há de inédito no governo atual? A “coletividade”. A colaboração entre os diversos presidentes. 
Não tivemos a clássica transição de um governo para outro, mas, para “outros”.
As instituições nunca estiveram tão fortemente amarradas umas às outras, neste país. Resta-nos saber de que são feitos esses laços… STF, Executivo, Legislativo e adjacências manchadas.

A pequena parcela pensante deste povo, é capaz de jurar desafiando as leis da física, que mais de um corpo ocupa o espaço da presidência, ao mesmo tempo.

A ânsia por mudanças manifestada na população votante, se de um lado representa o legítimo anseio de evolução, é também o nutriente aproveitado nos planos governamentais, para manter a ficha corrida na gaveta e aquele poder tilintante em seu entorno.

A corrupção é a forma mais agressiva de domínio que existe, pois escraviza governos e governantes. Encontra eficácia na prática em rede. Exige conchavos, exige tolerância e subserviência. Está constantemente exigindo espaços, provas de lealdade. Constantemente mede forças, ajusta limites conforme as conveniências pessoais. O medo é a mola motriz.

Os corruptos, ah…, são mesmo intrigantes os nossos empoderados, seus métodos de ocuparem posições em revezamento. Surgem em qualquer tempo e vêm de todo lugar. Como vírus, permanecem latentes, aparentemente inexpressivos, protegidos por políticas sem destaque, até eclodirem nos hiatos sociais e nos invernos mais cinzentos da economia.

Voltando à presidência coletiva, que triste momento brasileiro, este, em que todas as instituições públicas, parecem tão envolvidas umas com as outras, tão fortemente comprometidas com protecionismos que em nada beneficiam o povo e que se fortalecem a cada almoço de conciliação.
Abra os olhos, Brasil!

Há até manifestações de gentilezas, que qualquer um de nós, lúcidos, poderíamos jurar impossíveis de acontecer.
E há quem diga que eles são fracos…
Tão unidos assim (eu sei… a palavra deveria ser ‘mancomunados’), quem pode contra a “presidência coletiva”, não é mesmo?

Se a figura maior de nosso estado, é capaz de levar recados, resta saber… Quem é que manda aqui, afinal?

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

domingo, 18 de setembro de 2016

Fora, palhaços!

O circo dos horrores começou!???
Nada de pânico! O povo brasileiro terá duas reações diante das barbaridades e bizarrices que compõem o perfil dos candidatos (veja o vídeo), das próximas eleições: Gargalhadas, ou indignação. Acredite, há quem ache graça nisso.
O fato é que não temos o direito de dar gargalhadas diante da encenação aberrante em que se tornaram as chamadas políticas dos candidatos, na propaganda eleitoral.
A sequência de vídeo clips dos candidatos é um circo de horrores!!

Onde reclamar? O que fazer depois de se ver um vídeo desses?

Passado o choque, podemos cruzar os braços? Definitivamente NÃO!!
Para entender o trabalho que teremos de enfrentar, é preciso compreender a estrutura de poder responsável: A JUSTIÇA ELEITORAL. Então… mãos à obra!
No caso das próximas eleições, o juízo competente para aceitar um registro ou decidir sobre uma impugnação de candidaturas, formalmente chamada de AIRC (Ação de Impugnação de Registro de Candidato), é dado aos juízes eleitorais, por tratar-se de candidaturas a prefeito, vice e vereadores.
Cada junta eleitoral é composta de um juiz de Direito, que a preside, mais dois ou quatro cidadãos idôneos.

Parece respeitoso esse conceito de cidadãos idôneos, cuja competência inclui resolver entre outras coisas, impugnações. Então vamos considerar que… sim! há cidadãos idôneos, dispostos a cumprir a lei e ajudar na restauração da ordem e da dignidade deste país.

A justiça eleitoral, acumula funções, administrativa, normativa e consultiva e tem poder de polícia também. Relativamente às funções na jurisdição (as zonas locais), entre outras coisas, atua na solução de conflitos como a ação de impugnação de registro de candidatura (AIRC).

Então.. por que esse pessoal de caráter “idôneo”, está permitindo que isso aconteça e …que candidatos assim “anômalos”, se registrem e proclamem uma enxurrada de deboches (até convite às drogas, há), que chega a ser imoral? Não estamos tentando passar o Brasil a limpo?
O que torna um candidato inelegível? Que critérios são exigidos ao cidadão que deseja se candidatar ao cargo público? Você vai se surpreender com a pobreza das exigências. Veja aqui

Vamos esclarecer uma coisa: os fazedores da lei, contavam com cidadãos decentes e dignos ao longo das inúmeras eleições de nossa democracia, ou então… a lei é frouxa nesse sentido. Nossa CF, considera inelegíveis, (art.14), os analfabetos (no entanto temos 7 candidatos analfabetos nesta eleição http://www.tse.jus.br/eleicoes/estatisticas/estatisticas-eleitorais-2016/candidaturas ), estrangeiros, militares da ativa e parentes de chefes do Executivo, mas nada diz sobre a capacidade moral ou social, de fato, de exercer um cargo de liderança e serviço à população, nem mesmo há um critério que mensure isso. Resultado: O processo virou uma grande sordidez, uma esculhambação com contornos de piada de mal gosto.

A lei, foi modificada por duas vezes depois, incluindo a condição “ficha limpa”, que até hoje não consegue contemplar os cidadãos, com candidatos realmente adequados.
Há ainda um parca lista de documentos para o registro de uma candidatura, que pode ser escrita aqui em poucas linhas:
– Cópia da ata da convenção partidária de indicação;
– Autorização do candidato, por escrito;
– Prova de filiação partidária;
– Declaração de bens, assinada pelo candidato;
– Cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida pelo cartório eleitoral, de que o candidato é eleitor na circunscrição ou requereu sua inscrição ou transferência de domicílio no prazo de um ano antes da eleição.

Se vamos querer mudar isso, precisamos apontar os erros e reclamar nos lugares certos e às pessoas certas. Procure a instituição responsável na sua região e faça sua reclamação. Encontre aqui sua região… http://www.tse.jus.br/institucional/tribunais-regionais e vamos passar o Brasil a limpo!

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Últimos dias

Às vezes, governantes, ao longo do caminho de sua vida pública, trilham em curvas sinuosas, rumam por atalhos estranhos para o sucesso, bordejam penhascos e se detém por tempo demais diante dessas profundezas abismais. A vaidade pode transformar um homem, e enganá-lo a respeito de si mesmo e de tudo à sua volta, até transformá-lo em candidato a “deus”. Pode dobrar joelhos ao vício da usura, aos holofotes do sucesso, aos vultos falsos da camaradagem.

“Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você ” , assim disse Niestzsche. O que quer que se faça, o que quer que se diga, a falsa democracia mergulhará nesse abismo sem volta. Está acontecendo agora.

O poder é uma força motriz capaz de construir heróis e monstros. É capaz de quebrar o mais resistente intelecto, fazer ruir o mais firme elemento, de tal forma que apenas o homem de muita fé e muito atento, livre-se de estragos em sua alma.

Nesses últimos anos, estivemos perdidos em democracias de fachada, processos desviantes, em eterno conflito com a democracia virtuosa, as elites descuidadas se renderam à sedução do falso brilho do sucesso, enquanto os excessos e decadência de valores, formaram monstros, pela negligência, pela vaidade e pelo desejo de poder. Tivemos a ascensão da usura, do perdularismo, da mentira, da arrogância e da pretensa onipotência nos governantes e poderosos de ocasião. Conceitos falsos formataram uma democracia fraudulenta, que escondeu nada menos que o oportunismo tácito onde os ovos de serpente se aninharam em partidos ainda vigentes.

Presidentes em grupo, é o que tivemos. Elegeu-se um títere cujos fios não puderam ficar invisíveis e que segundo o desejo condensado de uma instituição ilegal e inconstitucional, subverteu o conceito de pátria, suprimiu a importância dos valores cívicos, destroçou a honra brasileira, vilipendiou a carta magna, pisou os exércitos, perverteu os conceitos de família, e como numa vingança interminável, maculou a pureza das crianças dessa geração, com uma desconstrução social sem tamanho, onde é difícil mensurar até o tempo para que se refaça dos danos, o país.
Mas ainda nos perguntamos que coisa estranha é essa chamada poder e até onde ela pode…
De repente, nos enxergamos uns aos outros, nus, de uma vez só, no meio de uma vaga gigantesca.
Os pilares da democracia constitucional, foram rachados, em nome de uma democracia totalitária e perversa que conduziu o país, à quebra da sustentação econômica, cultural e convivencial. No conceito aparente de proteção, sob o disfarce tênue de provedor da democracia plena, pretendeu sedimentar uma imersão integral do Estado na vida brasileira, em seu completo conjunto de atividades. Em outras palavras, exercer plenamente o controle do corpo social em.. “cabeça tronco e membros”.

Ao sopé do vulcão Pompeia foi edificada. E assim também foi edificada no Brasil, a democracia totalitarista, que se implantou na oportunidade dos governos de esquerda. Ao sopé do vulcão Pompeia foi totalmente soterrada, e assim será a postura de ativismo revolucionário falso e maléfico que tem separado brasileiros, como se tivéssemos nascido filiados a partidos. A pirâmide dessa ideologia virá abaixo!

A complexidade da democracia constitucional favorece a adesão dos cidadãos mais simples ao assistencialismo proferido nos discursos de esquerda. Para esses cidadãos, são vozes simples de se entender e promessas bem-vindas. Mas na prática, os discursos são vãos.

Nossa Pompeia sucumbirá também, ao calor do processo vulcânico das sessões do congresso. É inevitável, porque foi construída “no erro”. É culpada!!! Mas não se engane o povo salvo dessa expiação, porque enquanto não se fizer uma reforma adequada, com leis fortes, com punições eficazes, conceitualizando adequadamente os crimes que hoje são considerados menores, tratando os cidadãos com igualdade perante a lei e praticando uma justiça eficiente onde mesmo os julgadores são alcançados por ela, o Brasil viverá ainda à sombra da democracia falsa e perversa em que seus governantes (que são muitos..) jamais se comprometerão com o pacto constitucional.

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Togas rotas

Por que não podemos sequer questionar os homens de capas pretas?

As segundas-feiras no Brasil, deveriam deixar de existir. Enquanto a população adota o esperançoso hábito de começar tudo nesse dia, para citar alguns.. dietas, agendas, parar de fumar, começar um curso, começar um trabalho, etc, etc, sem nunca cumprir de fato, a mídia toda mostra que isso também se dá nos corredores da maleficência, com êxito.

Entra ano e sai ano e não se resolve os problemas antigos do Brasil. Às vezes penso que está no sangue brasileiro, toda essa modorra a que fomos condenados desde muito tempo. Ou será que acumuladas tantas desgraças, fica difícil ser otimista?

Quem diz que somos livres e que estamos mudando, são tolos.
Não se ofenda o leitor, aquele que está cheio de esperanças porque os ares de mudanças trazidos pela perspectiva de uma renovação presidencial, aliviou um pouco a atmosfera das demais mazelas infernais de todo dia brasileiro.

Não estamos livres e as segundas-feiras nos provam isso com tristeza.
As redes sociais virtuais têm tido um papel importantíssimo na sociedade, desde que exercendo sua função de informar, e as segundas-feiras, são uma sentença semanal na cabeça de políticos, ou na cabeça dos cidadãos. A mídia é uma gangorra.

Ora levantando o moral da sociedade, por exemplo, quando noticia e publica postagens relevantes, apontando mazelas do mais alto “clero jurídico” e notícias de iniciativas de punição, ora em postagens que apontam outros pecados desses mesmos sacerdotes de toga. As postagens das segundas são sempre um susto, animador ou frustrante.

De uns tempos para cá tem sido realmente difícil para os brasileiros, manter alguma postura de honra perante o mundo. Com exceção das medalhas de ouro acompanhadas de continência, nas olimpíadas, não há na mídia escrita ou televisiva, notícias de que nos orgulhemos. Considerando que “notícia” é a manifestação expressa de um fato acontecido, só temos a nos envergonhar.

Nossa história de corrupção é antiga? Sim, sabemos disso. Mas isso não precisava ser “regra”. O problema conosco (brasileiros), é que há quem encare como regra e até faça piadas e gracejos sobre o perfil corrupto brasileiro consolidado e conhecido mundialmente.

A corrupção brasileira é documentada, legalizada, contada em piadas, cantada em músicas, encenada em teatros …e agora usa capa. É verdade, damos audiência à corrupção como se ela fosse uma prática inevitável. Já consolidamos esse pensamento como se fosse um contágio do qual não podemos escapar.

Ainda me pergunto por que adotamos essa postura de “..fazer o que”? Por que os homens “Golias” deste país, não têm “Davis” que lhes cortem as cabeças, lançando fora de nossas vidas essa doença que nos assola?

Me pergunto em que trecho de ideologia ministrada entre os juristas brasileiros, se consorciou a desonra com a indiferença, para virar lei? Que acordos foram feitos por serpentes disfarçadas, para tornar tácito esse compromisso com a indiferença à corrupção?

Que cálice foi servido a essas pessoas, que lhes deu esse poder de malfazer, mancomunar, trair e sujeitar seus compatriotas enquanto usam suas capas pretas?

Por:Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

sábado, 6 de agosto de 2016

Olimpíadas e Flores

Ninguém duvida que o Brasil é capaz de produzir música e beleza, sobretudo se for desafiado, como parece ter sido o caso da abertura das olimpíadas. O dia seguinte amanheceu com um gostinho unânime de vingança, dos organizadores da festa sobre os duvidosos críticos, que diziam que o país não estava preparado para oferecer uma olimpíada digna do olhar criterioso do mundo. Bobagem! Sabemos produzir espetáculos inesquecíveis.

Os jornais estrangeiros não pouparam elogios. É claro que um espetáculo daquele, esbanjando a legítima emoção genuína do povo brasileiro, não poderia ser feio. Foi de arrancar lágrimas e suspiros. Literalmente, emocionante! Um presente aos olhos e ao coração de quem sabe quanto precisamos valorizar nossa terra.

Ninguém poderá dizer que o Brasil é incapaz de produzir coisas boas e belas. O sentimento das massas brasileiras está claro. Desejamos progresso!

Dentro desse asfalto cinza de corrupção que hoje nos abate a dignidade, moram flores que têm tentado nascer diariamente, a exemplo dos juízes que tomaram para si o peso da luta contra a corrupção, a exemplo do povo que vai às ruas vestido de nossas cores empunhando bandeiras do Brasil, a exemplo daqueles que se esforçam para recuperar os irmãos arrebatados pelas garras da ideologia oportunista, que nos fez reféns de uma economia doente, de uma política corrompida e uma prática de governo desastrosa. Somos flores!

Ninguém dirá que não há fair play nas tentativas dessas flores, de romper o asfalto dos opressores, que insistem ainda em manter a corrupção dominante. O povo brasileiro tem tentado reivindicar direitos, restabelecer honra e dignidade, há muito, afrontado e vilipendiado pelos poderes políticos corrompidos.

Não há partidarismo no que desejamos! Não há ódio, há desejo de respeito às diferenças, há desejo de melhorar o mundo em que vivemos, há desejo de melhorar as vidas de nossos irmãos. Há desejo de nos alinhar com os melhores, com os mais ricos, com os mais evoluídos.  Não há pecado nisso. Há honra e dignidade nesse desejo.

Mas… não nos enganemos, há os que tomarão para si, de outra forma, o significado de todo o cenário. Há os que dirão, que toda aquela produção foi a contragosto dos brasileiros que foram às ruas reclamar as prioridades que não têm sido cumpridas. Haverá os que dirão ainda “nós e eles”, e contra “eles” as Olimpíadas aconteceram.

Em pouco tempo, essa gente corrompida, cheia de empáfia, reivindicará para si e para seus partidos, o mérito de querer o crescimento do país, cobertos pela capa mentirosa de proteção que desejam estender sob o continente sul-americano, sob o rótulo de um herói que jamais existiu nos anais de nossa história: Bolivar. Nossos heróis têm outros nomes.

Aqueles que foram contra a realização das olimpíadas, e ainda são, o fazem com a mesma legitimidade do sentimento manifestado nas arquibancadas da abertura, porque não é contra um evento dessa importância seu manifesto verdadeiro, mas contra o preterir das prioridades, em favor do evento festivo momentâneo. São contra a ordem das realizações na fila, que negligencia as primeiras necessidades em proveito da festa.

A festa foi linda. Paz e glória ao Brasil! Sejam nossas, as palavras de Carlos Arthur Nuzman, legítimo brasileiro, de mãos trêmulas pela emoção, de voz forte pela coragem e força do discurso que não esqueceu de dizer.. “Verás que um filho teu não foge à luta”.

Nosso festivo minuto de glória, passará. Outras olimpíadas virão, em outros lugares.. Se soubermos aproveitar o momento e perpetuar a força de nosso sentimento cívico, seremos de fato flores… mais que uma, ou duas… mais do que tímidas vozes sufocadas, seremos flores fortes e inquebrantáveis.

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Fúria nossa de cada dia

Vez ou outra, uma leitura me provoca inquietação, …e medo. Refiro-me ao artigo “A CEGUEIRA MORAL NA CONVIVENCIALIDADE” de M.Ventura.
É perturbador ler e aceitar como verdade, verdades que desejamos desprezar, a fim de torná-las mentiras.

…nem mesmo o transcorrer dos séculos tem sido suficientemente forte para aplacar a cegueira moral forjada no orgulho das criaturas que faz com que uns violentem, sem pudores, o sentimento, a emoção, o ideal e até mesmo a vida de outrem . (trecho do artigo).

O que é essa fúria, que transborda dos homens, que envenena o mundo com ódio? O que é isso, que deixa olhos e ouvidos, cegos para minorias, para os milhões de oprimidos, desprezados, refugiados, escravizados, esquecidos do mundo? Quem são essas pessoas que abraçam a noite como se fosse dia? Que se revezam em ferir, oprimir e escravizar, incapazes de sentir como sua, a dor do outro?

Não nascemos partidários de nada! Não nascemos cultuando religião alguma.. Limpos de memória e conceitos, Deus nos trouxe à vida, capazes de observar à nossa volta e aprender com a natureza animal, se não houvera quem nos desse direção na nossa formação intelectual.
Acontece que nasce joio em meio ao trigo, e tantas são as raízes que “nem mesmo o transcorrer dos séculos tem sido suficiente para transformá-las.

Ivan Illich em sua obra “La Convivialité”, aborda temas delicados e de interpretação delicada também. Apoia sua linha de pensamento numa liberdade conseguida somente através de recurso exclusivamente interior, descartando a importância da escola institucionalizada para o aprendizado humano e exaltando a teoria do auto aprendizado. Chega a dizer que “…a produção do saber e todas as coisas que constituem a escola, enganam a sociedade…” As interpretações merecem um cuidado atento, porque há doutrinários que se apoiam confortavelmente nessas palavras a fim de tirar de seus irmãos as oportunidades desse mesmo saber.

Tantas são as linhas de pensamentos, candidatas a filosofia, quanto é a incapacidade humana de abrir os olhos para as necessidades mais simples de seus irmãos.

O mal se repete, alheio e indiferente às palavras escritas nos livros e pronunciadas nas bocas importantes ou ordinárias.

O homem está contaminado de sua própria vaidade, como entre as colunas da Roma antiga, os personagens no artigo aqui citado. Raras Lívias, e  Flávias demais a manipularem os destinos da humanidade e atrasar sua evolução. Quem leu a obra “Há Dois Mil Anos”, compreenderá do que se trata.

A tendência humana sempre foi controlar. E fizeram guerras, torturaram, trucidaram e escravizaram em desejo desse controle.

Que diferença há entre judeus de ontem que morreram em fugas pelas montanhas e estradas frias da Europa, dos refugiados sírios nos mares de agora? Faz tempo que a inclemência fez seu lugar entre os povos, acobertada pela banalização assumida, que cerra os olhos e ouvidos aos menores, que mata sob rótulos como “crimes de honra’, …como se houvesse honra em um crime? Como se todos os crimes não fossem “desonra”? …como são não fosse apenas fúria a essência dessas iniciativas?

De repente o mundo todo parece ter cruzado uma linha… parece ter ultrapassado uma marca de moral, e para trás, parece ter esquecido a humildade, a compaixão, tolerância, piedade, misericórdia, fraternidade e o amor com que deveriam se tratar as pessoas. A natureza humana parece ter sofrido uma transformação, que em nada se parece com crescimento, porque não tem havido nesses tempos a evolução da alma, que não se depura de suas transgressões.

Não importa o nome que se dê a Deus, se conseguirmos encontrá-lo à nossa volta. Não será paquistanês, americano, preto ou branco, católico, budista ou islamita… Então.. por que nós O desprezamos em nossos irmãos? por que O tratamos com indiferença? Por que O matamos todos os dias?

Quanto sofrimento ainda teremos que viver, para enfim viver?

Por:Mônica Torres 
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Publicado originalmente em: Gripomoneybr

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Brasil Femen In Nazi

Não se conquista reconhecimento, liberdade ou liderança com órgãos sexuais. Não se faz política com o meio das pernas.

Aceitar ou admitir a imposição de um movimento de liberação ou ascensão feminina forçada, através de cotas, cartilhas e doutrinas ideológicas, é assumir publicamente a inferioridade ou incapacidade do gênero feminino. A exposição a que têm se aderido os membros desses movimentos, é apenas medíocre e desprezível.

Uma mulher não necessita tirar a roupa em público ou vestir uma burca, para ter seus valores intelectuais reconhecidos. Ao contrário, é quando a ideia de gênero está mais invisível, que o intelecto mais se destaca. Segundo o http://countrymeters.info/ há um número equilibrado entre homens e mulheres no mundo (curiosamente há ainda mais homens. 50,4% contra 49,6% de mulheres). O que significa que somente a força física pode caracterizar um desequilíbrio.

Assim sendo, a ideia adotada sobretudo pelas ideologias ordinárias da esquerda radical, é fabricada em frustração, crescida em permissividade e disseminada em tirania ditatorial. Não precisamos disso! A queima dos sutiãs nos Estados Unidos em 1968, teve um propósito nobre, cujo significado era sobrepor o intelecto à beleza, visto que a manifestação se deu no concurso de miss. Foi um movimento legítimo de protesto em que se reverenciou a condição intelectual da mulher, não a condição sexual como imposição.

Francamente, sabemos que até no mais tórrido nordeste dos anos coronelistas, sempre existiram mulheres líderes quando pretenderam.

Líderes sempre existiram em todo tempo, preconceitos também. O que concebe o primeiro é a capacidade individual, a qualificação, o talento, o intelecto propriamente dito, enquanto que o segundo, é forjado na ignorância.
Precisamos de líderes, de acordo com seus méritos, seus talentos e habilidades.

Se entraves culturais, promovem políticas relapsas de erro e preconceito com o gênero feminino, não é uma liderança especificamente ‘feminina’ que os removerá, mas uma liderança genuína e justa, formatada na educação e responsabilidade, que poderá ser escolhida pelos milhares de cidadãos e cidadãs, através de seus votos nos processos eleitorais, e respaldados pela lei, sem que o meio das pernas seja a condição sine qua non desse processo decisório.

A educação é a determinante dessa evolução. Somente a educação nas suas diversas angulares é capaz de corrigir desvios. …E não se faça aqui confusão com as políticas de cotas e ideologia de gênero que têm sido imperdoavelmente impostas nas escolas. Essa prática e essa tentativa de impor ao processo educacional e cultural, a cartilha medíocre do fundamentalismo esquerdista, que culminam com as feminazi, é tão hipócrita, desprezível e abominável quanto extremismos oportunistas de direita.

A escolha da presidência de 2000 e 2014 no Brasil, foi um erro em todos os aspectos que olharmos, t-o-d-o-s, tanto quanto os argumentos proferidos aos gritos por parlamentares que se dizem ofendidas em seus brios femininos e defensoras de minorias. Isso é falso! É covarde! Não passam de tiranas a serviço de uma ordem cujo objetivo principal é estabelecer o caos e desviar a atenção para os problemas principais de nossa sociedade. São intelectos mal formados, mentes doentias, revelando seu lado mais cruel na acidez de discussões e acusações oportunistas.
Viva Ayn Rand!!!!

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Lógica Esquerdista

A lógica esquerdista brasileira, parece ser completamente irracional. Chega a ser imoral e irritante, ver as contradições com que a leva de parlamentares brasileiros apontam suas metralhadoras uns para os outros e para seus oponentes de qualquer instância.

Desde que os partidos de esquerda subiram ao poder, os membros dessas variadas congregações ordinárias, sob títulos eleitorais, se digladiam numa troca de acusações que vão de farpas a processos sérios.
Parece haver uma reunião de gente mal amada, frustrada, cheia de recalques nos corredores do congresso, que faz me lembrar as antigas vitalinas do coronelismo, do interior nordestino. Para quem não sabe, “vitalinas” era a expressão usada para as solteironas e muito embora a palavra exista no dicionário, com este enunciado puro, o contexto vem cheio de significados que faziam tremer de pavor às mais lindas jovens.

A ideia de frustração, de recalque e de despeito, está sempre associada à palavra “vitalina”. É a cara de algumas almas vingativas do congresso.

Aí eu fico pensando sobre a lógica esquerdista (que se vale do código dos direitos humanos, já tão maculados pelas interpretações que lhe são dadas), seus pesos e suas medidas.
O Brasil nunca esteve tão dividido. Nunca! E jamais foi tão desigual, debaixo da égide de uma moral que só existe para se vingar.

No nordeste, mais precisamente em João Pessoa, há um bloco carnavalesco chamado “As Raparigas de Chico”. Não preciso nem dizer que é de esquerda, mas curiosamente as raparigas esquerdistas não se importam muito com o duplo significado da palavra e saem alegremente cantando suas fantasias de serem de fato raparigas de Chico, o cantor, sem a menor sombra de ofensa no título.

Me pergunto porque se espinham de repente alguns esquerdistas, à disfarçada menção de que não causam desejo, sequer a um maníaco… Perdão aos falsos moralistas, mas sabemos bem que aquela frase infeliz, dita assim a queima roupa, na sessão do congresso, só queria dizer isso e nada mais.

Então, minha observação me diz que é só vingança pessoal e a mais pura hipocrisia, atirar num adversário imprudente e potencializar a vingança com um processo nos tribunais superiores, e que num momento tão delicado e problemático da política brasileira, se venha ocupar o tempo milionário dos ministros do STF, com rixas ordinárias, sem se importar com causas de peso que precisam de urgência.

O Brasil, nunca esteve tão quebrado, dividido pelo ódio… os ânimos nunca estiveram tão acirrados… parecem ter-se levantado das sombras, sentimentos medíocres, de escárnio, zombaria e frustrações, de todos os lados.

Uma doutrina de rancor, de provocação e ofensas, que tecem a ira com que se destrói povos, e se fabrica fracassos, enquanto eles brincam de congressistas magoados.

Essa é cartilha deles… o caos gera a necessidade, onde aparecem os falsos salvadores da pátria para se perpetuarem nos seus confortáveis acentos do poder.

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Quem tem razão?

 “Não é de se surpreender esses lamentáveis casos de estupro…  …Num país que se fabrica mini-p… com uma farta erotização precoce e com severa infantilização da população reduzindo as responsabilidades” (João Luiz Woerdenbag Filho/Lobão).

Não fui eu quem disse, muito embora faça aqui mesmo minha consideração sobre o assunto, com largo e irrestrito apoio ao autor da frase. E certamente em mim, não atirarão pedras como fizeram contra ele, nas redes sociais, os hipócritas.

Nos últimos dias ficou difícil se falar de qualquer outra coisa que não seja esse trágico acontecimento do dia 25, o estupro coletivo cujo nome por si só, já causa arrepios.

Os ânimos acirrados na população, as notícias em jornais de todo o mundo dão a ideia exata da extensão e da gravidade em que está mergulhada nossa cultura.

A palavra prostituição, projeta uma ideia de consenso, de condescendência… eis porque as interpretações equivocadas nas respostas de repúdio às palavras do artista. As massas tanto se inflamaram com a barbárie praticada, que não se deram ao trabalho de pensar e interpretar corretamente o comentário e sem demora deram-lhe significado, conforme sua conveniência.

É claro que não há nas palavras dele, apologia ao estupro, mas há a infelicidade de lembrar que temos desprotegido nossa juventude em todo o contexto social e promovido uma farta gama de oportunidades que mais deterioram os valores, despreparam nossos jovens e facilitam o abuso em todos os ângulos para onde olhamos.

A erotização precoce, tem sido sim, uma constante em nossos adolescentes, em nossas crianças, até. Quase tudo na aparência, no comportamento, na indumentária, é fálico. As danças, os gestos, as roupas… tudo verte para o sexo sob as luzes da permissividade.

Estudos feitos no mundo inteiro, apontam para constantes modificações corporais, fenômenos gerados pela antecipação do acionamento de impulsos na direção do sexo. Para ser menos genérica, essas modificações, incluem menstruação precoce, modificações na estrutura corporal, glândulas e etc. A erotização faz pular estágios em que o indivíduo “de qualquer gênero”, tem suprimidas suas etapas de desenvolvimento e de construção, para enveredar pelo que é erótico, sensual e excitante.

Isso não vem a ser uma característica do gênero feminino, mas a desigual condição de força física, confere à mulher a maior dificuldade de defesa em casos de agressão e abuso.

Ora, sejamos realistas, nosso país não tem a mínima condição de proteger nossos jovens, enquanto premia a marginalidade com impunidade, enquanto permite a libertinagem nas escolas, nos bailes, enquanto promove a desintegração familiar e a desordem social. Enquanto banaliza valores que deveriam ser louvados e que em nada diminuiriam a dignidade de nossos meninos e meninas. Eu me pergunto o que faz uma menina de 13, 14, 15 anos… num baile funk? O que faz um rapaz de 14, 15, 16 anos num baile funk?

Sejamos realistas, o repórter Tim Lopes, morto em 2002, fazia uma reportagem investigativa num baile funk, onde há troca de armas e drogas e todo o povo brasileiro sabe disso. Quem em sã consciência vai dizer que isso é cultura?

Hipócritas! É o que são aqueles que querem afundar com a verdadeira cultura para introduzir a canalhice cantada em músicas assim:

Ai novinha você vai me matar desse jeito Eu tô viajando vendo você rebolar Os cara tudo pira nesse teu corpo perfeito No arrocha você sobe e desce sem parar
E você chega na balada cheio de má intenção De vestido curto, chamando atenção Consegue tudo que quer Com esse seu jeito de olhar E quando rebola, ai ai ai isso não vai prestar
(REFRÃO) Vem novinha delícia do papai Que as mina tudo pira no jeito que o papai faz Vem novinha que eu tô louco pra ver O que esse teu corpo gostoso é capaz de fazer
Vem novinha delícia do papai Que as mina tudo pira no jeito que o papai faz Vem novinha que eu tô louco pra vê O que esse teu corpo gostoso é capaz de fazer
Êê êê êê é hoje que eu vou arrochar você
Êê êê êê me provocou agora cê vai vê..                                                                                      (Henrique e Juliano)


Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr 

sábado, 30 de abril de 2016

De um extremo ou outro

Termos políticos como Direita e Esquerda, são muitas vezes desvirtuados e representativos de conceitos fundamentados no repúdio, na insatisfação, ou mesmo na vaidade, que tendem a ser produzidos por interpretação diversa do que lhes é atribuído originalmente. Assim, em meio às classes populares desinformadas, em sua maioria, nascem expressões errôneas e se lhes aplicam uso, de forma a torná-las verdades. Mas não nos enganemos, mal é mal e bem é bem.

Em povos antigos por exemplo, o conceito de oligarquia, foi erroneamente empregado, para representar regimes políticos conduzidos por pessoas de ‘alto poder aquisitivo’, muito embora essa alusão seja apenas uma infeliz imprecisão do significado, tendo-se em conta que o significado de oligarquia, diferentemente, discorre por outro viés, ainda que oligarcas em geral sejam ricos.

Oligarquia no seu sentido literário mais íntimo (oligarkhia – ολιγαρχία), refere-se a governo voltado ao benefício de poucos, e centralizado em números discriminativos e restritos de membros, como partidos políticos, famílias, entidades, corporações, etc. O que abraçam, são práticas seletivas e egoístas, presenteando com benefícios diversos, parcelas limitadas da sociedade.

É como o atual governo brasileiro, em sua falsa roupagem de humanitário, sustentado confortavelmente nas bases trabalhadoras e na servidão social. A grosso modo, oligarquias são o topo da pirâmide, cuja base é montada com peças moldadas no assistencialismo. A corrupção política é um risco 100% resultante nesses regimes, até pela fragilidade da linha que separa o poder do direito.

Em entrevista passada em finais de 2015, o economista e escritor Antônio Figueiredo, discorre com clareza sobre o assunto em um comentário: “…a corrupção deve-se à ‘formação política histórica’ do Brasil baseada no ‘patrimonialismo’ e nas ‘velhas associações oligárquicas do capital com as da política’ desde os tempos coloniais.”

A história de corrupção no Brasil está estreitamente ligada com a existência de oligarquias, mas sua manifestação mais maléfica tem se avultado nos últimos períodos da 6ª república, onde a tentativa de consubstanciar o desenho da pirâmide pseudo socialista, repousa num governo de decretos e fraudes.
Há controle (já nem mais sutil), sobre os processos de evolução social, educacional, cultural e sobre as políticas sociais e econômicas.

Não há histórico de registros de governos oligárquicos no mundo, sem que estejam diretamente ligados aos conceitos de injustiça e derrota. Não é diferente no ciclo brasileiro, onde os vários modelos de oligarquias, foram talhados em desde o coronelismo (em pequena escala), até o lulopetismo ainda vigente.

É fácil compreender o resvalo de quem tece interpretações equivocadas de conceitos sociais e políticos como ‘esquerda’ e ‘direita’, porque na insatisfação, ou na vaidade premente, estes termos estão confundidos e sujeitos à corruptela conveniente. Em recente matéria publicada, o mesmo escritor, refere-se a esse desvio, retratando bem a nossa condição de atraso intelectual em conceber, as reais diferenças entre ‘esquerda e progressismo’ e ‘direita e conservadorismo’.

Nenhum desses conceitos é prerrogativa de progresso ou de fracasso, naturalmente, mas armadilhas de padrões que uma vez desvirtuados nessas perspectivas, e cuidadosamente repetidos sob essa leitura adulterada, sobretudo na esfera educacional, dentro de uma grade escolar cuidadosamente configurada sob uma ideologia de aceitação e repúdio, o resultado é a construção desastrosa de um indivíduo de postura hostil e intolerante. Nascem daí, desde os movimentos críticos inofensivos aos mais arraigados preconceitos que resultam em grupos de ideias fundamentalistas.

Da incompreensão, nasce a intolerância. Da ignorância nasce a subserviência e somente do conhecimento, nasce a liberdade.

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

sábado, 23 de abril de 2016

Discurso de Ódio

Eu não achava que ela chegasse a tanto, ouvindo o final do discurso sobre o Acordo de Paris, onde a pseudo presidente falou os minutos finais sobre a crise em nosso país. Achei que ela fosse encerrar elegantemente a ida aos Estados Unidos.

Teria sido ponto a seu favor no processo que inevitavelmente ela enfrentará daqui por diante.
Então me deparo com notícias de falas e acusações descabidas, espalhadas mundo afora, através de entrevistas dadas à mídia estrangeira.

A singular personalidade da presidente da república do Brasil, é um mosaico surpreendente da reprodução repetitiva de duas peças apenas: o sonho ultrapassado e equivocado de sua juventude, e a ilusão da realização desse sonho.

Olhando para a sua figura sóbria, em sapatilhas Louis Voitton e brincos Dior, é difícil entender o paradoxo estabelecido entre os elementos visuais de discrição e sobriedade, e o descompasso de seus discursos claramente vingativos, proferidos a queima roupa e à revelia do bom raciocínio jurídico, crítico, analítico e saudável.

Alheio aos nossos interesses e às nossas súplicas, o tempo passa. Chega um instante em nossas vidas que alguns sonhos se tornam maduros, enquanto outros são abandonados, até pelo decurso natural do que se considera despropósito. Deveria ser natural para uma mulher de meia idade, com toda a experiência que traz, reavaliar exaustivamente seu comportamento e decisões, a cada dia vivido na condução dos mais de 209 milhões de destinos.

Enquanto o país tenta se equilibrar numa fina corda já esgarçada do ‘estado de direito’, cercado quando não pela incompetência, pelo oportunismo que dilapida o patrimônio e dilacera as estruturas pilares da tão sonhada democracia, a chefe maior do estado, entorna pedantices e insensatez, somente permitidas a uma criança perversa em suas vinganças de ocasião.

A enxurrada de imposturas e enredos contidas nas declarações feitas aos jornalistas lá fora, trazem à luz da razão, uma mulher frustrada em lugar de uma chefe de estado. Revela não somente o desarranjo emocional, mas a clara intenção de vingança.

Sem avaliar propriamente os danos causados pelas suas acusações, sem considerar o crivo jurídico do tribunal maior e do conjunto de leis que compõem a nossa constituição, ela desfere com clareza de atitude e requintes de improbidade, o verdadeiro ‘golpe’ na nação que jurou defender.

Nem seus elementos visuais de marca e luxo, nem as reverências e falsas mesuras de sua militância, são capazes de dar respaldo a seu discurso impróprio e doloso. O mundo já a vê como ela é.
“…Me julgo uma vítima, sou injustiçada…” quantas vezes essas palavras terão representado legenda fiel de criaturas pobres, vítimas dessa inconsequência de governo, quantas vítimas verdadeiras terão pernoitado nas filas do hospitais imundos, à espera da saúde golpeada pela irresponsabilidade de sua equipe… quantas pessoas injustiçadas verdadeiramente em suas ruínas pessoais, transformadas em números de estatísticas.

Cale suas palavras, Sra. presidente! em nome das verdadeiras vítimas, em nome dos reais injustiçados. Para que elas não sejam espadas afiadas sobre sua cabeça nos milhares de dias de juízo que virão.

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Sr Presidente...

O Brasil assistiu em clima de copa, ao desenrolar da votação do segundo impeachment de sua história, na câmara dos deputados. Passadas 24 horas do evento, o teor das narrativas sobre o comportamento dos parlamentares oscilam entre piadas e lástimas. Pode-se dizer com segurança (e vergonha, claro), que ‘Suas Incelenças’, os parlamentares tão importantes dentro de seus paletós, com os dedos em riste e nas pontas dos pés, são uma casta de criaturas à parte, sem nenhuma noção de educação e ridículo.

Essa classe especial de gente mal educada, a ocupar os microfones a fim de dar seu voto, aproveitou-se dos 10 segundos permitidos, para transformar esse tempo em “1 minuto de glória histórico”.
Como se não bastasse as discrepâncias de seus discursos ordinários e completamente dispensáveis, oferecendo seus votos à família, à esposa, à mãe, ao cachorro, ao gato, ao papagaio e o filho que há de nascer…, fugindo completamente do contexto sério que a situação exigia, formou-se ainda um show circense de 5ª categoria com atitudes dispensáveis como puxões, empurrões, ofensas e até cusparadas.

Se o ser humano é realmente uma criação singular, o que dizer da classe política com sua vaidade exacerbada e sua ignorância ímpar?
Nosso congresso pode ser comparado a um zoo, cujas espécies são raras e monstruosas em suas características.

Onde está a seriedade e a sensatez que deveriam repousar no discurso de cada um? Que deveriam compor as conclusões sem a necessidade da intervenção frequente do dirigente da mesa, no sentido de repreender os malcriados, como se fossem alunos desobedientes?

Comemoramos sim, porque o resultado nos aponta os pés na direção que desejamos caminhar daqui por diante. Sabendo que é preciso mudar tudo, trocar tudo, rever tudo e impedir a repetição desses males que hoje nos afligem. Mas nossa comemoração é pobre, frágil e incompleta, porque sabemos no íntimo, que esses votos de ‘Suas Incelenças’ atingiram o resultado sim, mas não pelas razões que deveriam prevalecer. Muitas decisões de última hora, de quem somente observa o lado mais vantajoso para ali se acomodar. Não são sérios os homens que ocupam os cargos de representantes do país hoje. Há em sua maioria quase absoluta, uma leva de oportunistas dispostos a firmar alianças medonhas e vantajosas para seus propósitos medíocres.

Quanta deselegância, desvirtude, negligência e desonra, sob os títulos grandiosos que os escalões políticos lhes conferem. O baixo clero… os dirigentes, os assessores… o alto escalão… enfim, a fantasia de brincar de Deuses. Por pouco não usam perucas brancas para distinguir-se das demais classes sociais supostamente abaixo de sua importância.

Como confiar nessa gente? Como permitir que defendam nossas causas, que nos representem, que tomem decisões e criem leis e regras para que nós mesmos venhamos a cumprir?
O voto, é uma das decisões mais importantes na vida de uma nação. É o passaporte para o progresso tanto quanto para a desgraça.

Não! Não há como relaxar, depois de se prestar atenção àquela sessão. Valha nos Deus! precisamos pesar muito nossas escolhas e nos informar diariamente sobre o que pensam e o que maquinam nossas ‘incelenças’, antes de atirar nossas pérolas…

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

quarta-feira, 30 de março de 2016

O Desembarque

O medo da 31ª fase da operação Lava Jato, está tirando o sono de muita gente. Às vésperas de se derrubar de vez o castelo de cartas do governo e sua corte marginal, vê-se um estremecer final do corpo político brasileiro de situação. Pesadas olheiras por baixo de maquiagem que são verdadeiro desafio para as melhores marcas de cosméticos do mundo.

Não que haja oposição real, mas há os que desejam correr, ainda que pra depois se reagrupar estrategicamente como numa guerra.

Eu não sei se o leitor já se deu conta da expressão “desembarcar do governo” usada ultimamente e se já pensou sobre o significado irônico e oportuno dela. Mas eu vou refrescar seus raciocínios. Quando um navio está para afundar, os ratos procuram os buracos onde passam os cordames, na avidez de salvarem suas vidas (desembarque). Mas isso, de jeito nenhum quer dizer que não embarcarão de novo, oportunamente em outros navios.

Nossa corte murídea, dividida em bandos sob estandartes, que todos nós brasileiros, já conhecemos bem de longas datas, já se enfileira na direção do desembarque. O navio… que afunde sozinho! Lá vão eles, cheios de indignação e pudor, ofendidos numa moral que nunca tiveram. Como se a falsidade não fosse seu elemento natural mais abundante.

Eles se arregimentarão em menos tempo do que se imagina, patrocinados pela memória flash de uns e a total desinformação de outros. Eles bem sabem quando é hora de recolher as tropas para não se dizimarem de todo e protegerem seus estandartes sujos.

Estamos assistindo a evasão ou a dispersão do bando. A oposição no Brasil debaixo daquela antiga sigla partidária, é a organização mais oportunista e podre que poderíamos identificar. Nascida para ser oposição a qualquer coisa, assumiu sempre o caráter de oportunismo, a bordejar convenientemente o quartel de comando do butim.

Completando o que eu disse, patrocinados pela indisposição do povo a pensar, favorecidos pela facilidade que o nosso povo tem de aceitar maus serviços e maus servidores, eles pretendem se agrupar e levantar nova paliçada. Aguardem!

De fato eles não têm dormido. Ora pelo medo dos oficiais da justiça, ora porque sabem que não há tempo a perder para salvarem suas peles e o quanto menos exposição, mais chances de reerguerem suas bandeiras nas próximas eleições. O povo que se cuide!

Há uma sociedade consciente, é claro, madura, ativa e alerta aos movimentos desses políticos. Que conta com o auxílio providente da tecnologia, através da comunicação pelas redes sociais. Há quem saiba distinguir a propaganda enganosa do desejo de realizar de verdade. Mas não é um quinhão tão abrangente essa parte da sociedade. A grande maioria, permanece resignada na profundidade de seu cotidiano sofrido, cuja resposta aos apelos da razão que lhes pesa nos ombros, ainda se traduz numa reticência sem prazo para vencer. É absolutamente necessário mudar a forma de pensar para dar o passo na direção do crescimento.

Há quem diga que tudo é válido como experiência, que tudo serve para ensinar uma lição. Eu não sei realmente qual foi a utilidade desses últimos anos de governo, pelo menos no que trata de realização para esse exemplo. Viemos abaixo com a carga toda. O Brasil sofreu um retrocesso gritante. Empurrou-se para baixo a economia, a cultura, a educação, a saúde, a infraestrutura, a segurança… a dignidade, a vergonha… e finalmente a honra.

Regresso, foi o espírito desse governo. Mas é claro como água, que ainda que se desmanche o nó principal dessa experiência nefasta, não podemos baixar a guarda. Nós também não haveremos de dormir, em vigília pela nossa pátria. Não podemos deixar que o mal se reagrupe sob legendas antigas, nem novas… nunca mais!

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

sábado, 19 de março de 2016

Ministério da Corrupção

…E fica a partir desta data.. instituído o Ministério da Corrupção. Será?
 
Eram 4, os ministérios em “1984”: “do Amor”, “da Paz”, “da Fartura” e.. “da Verdade”, sendo este último a expressão brutal da forja da história.

“1984” veio à luz em 1949, pela pena ávida de Eric Arthur Blair, na pele de George Orwell, em sua genialidade de todo tempo, como jornalista e escritor. Quem leu a obra, sabe bem o significado dos slogans anarquicamente imprimidos ao partido.. “Guerra é Paz”, “Liberdade é Escravidão” e “Ignorância é Força”. Tudo gira em torno de uma sociedade precisamente controlada pelas engrenagens de um poder que cerceia a liberdade, controlando a propaganda e fabricando as comprovações de acordo com suas verdades, as que também fabricam.

Cuidadosamente, Orwell escolheu para ilustração do Ministério da Verdade, uma grande pirâmide branca, imponente, cujos ângulos também faziam referência aos ministérios citados. Um em cada ângulo de base, dão sustentação ‘perpétua’ ao poder centralizado que governa apenas para si, alicerçado pela sociedade.

Nem preciso desenhar a semelhança desse enredo com o desenrolar de nossa história atual… com nosso corpo político. Mas faltava um ministério num ângulo dessa pirâmide… aquele que sobre todos, personifica um poder cruel e cínico… o “da Corrupção”.

Na ponta do alto, ou.. no extremo superior dessa pirâmide brasileira, a traição à pátria, aos deveres cívicos, aos direitos garantidos aos cidadãos, pela constituição brasileira, agora rasurada definitivamente em suas leis complexas, revistas, emendadas e remendadas 1000 vezes.

Há culpa em todo plano, em toda fala, em todo sussurro pronunciado nos corredores do palácio, há dolo em cada decreto, há sangue brasileiro na tinta de cada assinatura. Nomeia-se sem pudor, as próximas peças que vão querer nomear também.

Há revolta nas ruas, e choro reprimido nos corações dos que ficam em casa, em frente a suas telas, boquiabertos, antevendo a névoa que poderá não permitir o amanhecer sereno da verdade.
As informações desencontradas servem ao caos.

De um lado, mudam-se sistemas, aos berros, nomeiam-se ministros, criam-se cargos, condenam-se pessoas… tudo às pressas, tanta é a corrida pelo ouro. De outro, gritam em desabafos a opressão que lhes pesa nos ombros. O que nos falta?

Por onde começar? …cumpra-se a lei! cumpra-se à risca, as leis, a verdade e o bom senso.
Mas a hipocrisia, também tem sido o ópio desse povo poderoso. Não há inocentes!! não há de nenhum lado. Há também, uma estratégia de manobra há muito tempo, vivendo em “1984”, a condenar também ao “quarto 101” sem julgamentos, a atirar sem medo… e sem direção certa, mirando somente o povo como alvo. Muitos já aceitaram os benefícios que agora condenam nas mãos dos outros. Enquanto lhes serviu o mesmo sistema sujo e dele se abasteciam refestelados em suas zonas de conforto, enquanto nada lhes faltava… tudo era bom… até mesmo o jeitinho que agora repudiam em frente aos flashes e microfones.

É preciso mudar o modelo de pensar, para construir o modelo de agir. Que esperança há para um povo, a quem se precisa lembrar com placas, atitudes simples como “não pise na grama”, “não abra a embalagem” ou… “não jogue papel no vaso sanitário”?

A lei é forte, mas a negligência é diplomada. E dela, é filha a impunidade, presenteada nestes tempos de sofrimento, com um “Ministério da Corrupção” que temos obrigação de repudiar e jamais deixar acontecer.

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

segunda-feira, 14 de março de 2016

Audiência e Aceitação

Eu nunca torci pelo Coiote, muito embora ele tivesse muita audiência nos desenhos da TV dos anos 70. Audiência é diferente de aceitação.

Se pudéssemos avaliar as tendências do Brasil em expressões metafóricas, a palavra perfeita seria POLARIZAÇÃO (com tudo que a expressão carrega no significado). Só por alto, qualquer pessoa pode calcular que o país já percorreu pelo menos 1/3 de um processo, que coloca seus cidadãos na condição de adversários, rivais, oponentes.. ou seja lá o que se chame, aqueles que se enfrentam com objetivos opostos. E quem foi que criou tudo isso?

Duas coisas nas atitudes de um homem, o elevam ao status de ‘visível’: a adoração, ou o repúdio. Mas nenhuma dessas manifestações é o que determina que ele seja capaz de gerir alguma coisa, ou principalmente.., de liderar pessoas. Mas isso ainda não foi percebido com clareza, por aqueles que de algum modo, gastam seu precioso tempo e sua audiência com a irracionalidade.

Analisando figuras icônicas da nossa atual esfera política, ou mesmo da órbita ‘ainda’ influente do poder, distinguimos com facilidade a confusão de conceitos que eles adotaram, produzida pela soberba e arrogância que essas figuras insistem em sustentar como ‘força de caráter’ e ‘honra’, e ainda pior, insistem em fazer disso um pré-requisito para permanecerem na posição superior de comando.

Os polos se enfrentam, por enquanto, na forma de manifestos, a proferir impropérios uns contra os outros, enquanto os figurões ardilosos, alimentam sua carga de soberba e arrogância, montadas na fórmula ‘nós(reprimidos) x eles(elite)’, cujo argumento principal é.. ‘eles não admitem que nós…’ Isso é tudo o que eles desejam para iniciar ou dar continuidade a suas campanhas. Basta um momento na mídia, para transformarem em vanglória, sua indignação.

Líder? Não mesmo!!! Ainda que haja nos dicionários um conceito diversificado da palavra, sabemos que liderar, diz respeito a coisa muito diferente de se criar inimigos e reunir bandos para enfrentá-los. Isso se chama iludir, maquinar, engendrar. Nada disso se parece com liderar (cujo principal objetivo é o bem comum). Nada disso se faz com se reconheça em alguém, as características necessárias para que se o siga, para que se o ame, ou por quem se enfrente uma luta.

Então.. por que figuras assim ainda se sobrepõem? Por que ainda há quem os siga? Por que ainda têm tando destaque nas colunas de notícias, nas redes sociais, nos jornais, na TV.. como fenômenos de publicidade? …é simples: Ao contrário do que eles entendem por aceitação (e intenção de voto), ‘notícia’ pode ser de qualquer ordem, e vocês hão de concordar, que aquelas que escandalizam, costumam dar a maior audiência a quem as publica. Eles, os figurões, devem pensar assim ao pretender novas campanhas, novas candidaturas… Da mesma fórmula se serve a mídia na questão cinéfila, o ano inteiro vendem o diabo nas telas, de tal forma que precisam impor até limite de idade para se assistir. Deus, pouco encontra espaço na audiência (veja quantos filmes são exibidos sobre Ele na TV..) e mesmo assim precisa estar ensanguentado durante a maior parte da atuação, para então ter a atenção necessária. Mas é a Ele que amamos e seguimos, não ao diabo na sua falsidade.

Pois que prestem atenção os figurões, numa coisa: o que quer que se assista, tem que terminar bem. O povo precisa ‘do bem’. O vilão tem que perder no final. Não adianta impor suas falsas figuras, suas silhuetas fabricadas na falsa luz que a audiência produz. O tempo revelará a diferença entre audiência e aceitação.

Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que lembrar às pessoas que você é, você não é.” MARGARET THATCHER

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr 

quarta-feira, 9 de março de 2016

A Verdade

A verdade liberta!
Digite a palavra ‘VERDADE’ num site de busca na rede… eu encontrei “aproximadamente” 104.000.000 de resultados. Digite a palavra ‘MENTIRA’ e encontrará “aproximadamente” 44.900.000. Isso não quer dizer que há mais verdade do que mentira no mundo, mas que há muito mais interpretações e significados possíveis “dentro de conjuntos de valores”, para a verdade. Há muito mais mentira fantasiada de verdade, do que os motores de busca da rede podem registrar.

Para que isso? Já vou chegar lá.

Cá estamos num novelo de intrigas promovido pelo desenrolar dos acontecimentos políticos que nos cercam no Brasil dos últimos dias… aliás, dos últimos anos, mesmo.

Os valores lá em cima andam tão invertidos, que se alguém disser que “a mentira liberta”, seguramente haverá quem possa apresentar provas concretas e em 3d, com tornozeleiras, ou mesmo 4 dedos esquerdos… e tem sido difícil refutar isso, graças à arrogância com que ocupam cargos e andam livres os nossos mentirosos.

Nossa justiça anda brigando pela verdade há algum tempo, numa luta inglória, que agora abrange um ângulo maior que o transitar de papéis pra lá e pra cá nos fóruns e tribunais e a reunião de provas para dizer que a verdade, é verdade mesmo. Os juízes, atualmente têm tido que fazer isso de forma a não deixar brechas para interpretações.

A justiça americana tem seus alicerces, na interpretação (imagine se isso funcionaria aqui…?), por juízes qualificados e escolhidos cuidadosamente e cuja conduta é ilibada na vida pessoal e na jurisprudência. A constituição deles, ao contrário da nossa, é bem pequena (veja aqui.. Constituição Americana traduzida em 17 páginas). A seção 4 do artigo II, diz ‘em 4 linhas’ o que pode destituir um presidente, um vice presidente, ou qualquer funcionário civil dos Estados Unidos. Isso mesmo, em 4 linhas. Faz inveja, não é?

Você há de se perguntar como é que funciona tão bem, sobretudo lembrando que a verdade pode ser projetada em muitos ângulos… (conforme aquele conjunto de valores citado lá em cima), e eu respondo: a verdade só precisa repousar sobre a compreensão, sobre honra, sensatez e tolerância. A verdade verdadeira, não tem projeções nem extensões e a justiça é consequência dela.

A verdade, não precisa de leis para ser executada. Por isso não há tantas leis na constituição de lá… e por isso tantas leis, emendas, remendos e retalhos na constituição aqui. E mesmo assim, os nossos poderosos, não hesitaram em rasgar essa constituição.

A verdade projetada em muitos ângulos, como tem promovido a ‘justiça de quinta’ em nosso país, não é senão… ilusão.
Os discursos inflamados pronunciados contra os juízes que buscam a justiça plena, imparcial e verdadeira, são setas afiadas, saídas de zarabatanas, prontas para iludir os simplórios, instigar as hordas famintas pelo poder e revogar definitivamente a liberdade do povo. São o grito moderno de guerra, o canto metafórico do oportunismo, o chamado grotesco para a inflamação das massas errantes.

A verdade, e somente esta, promovida pela aplicação providente da justiça, nos libertará.

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomonybr

quarta-feira, 2 de março de 2016

Fogo Cruzado

Não me admiro que se possa comprar uma pessoa com tanta facilidade hoje em dia. Se antigamente se podia vender elixires para tudo, contando com a inocência e falta de informação de candidatos às compras, hoje, os espertos contam com o refinamento dos métodos, a importância do serviço vendido e todo o suporte técnico pra todo tipo de golpe. Compram-se até presidentes…

São tiros a queima roupa no cidadão de bem, as graças vendidas aos cidadãos de mal, que têm habitado volumosamente essa terra sem lei.

Sempre tivemos nossos pecados desde a colonização. Gente desonesta e vendável, sempre existiu, muito embora, como bem lembrado no artigo Caras Pintadas… Caras de Pinho sob elegância literária do autor, agora “tornou-se um desafio para o cidadão”, o convívio com essa desfaçatez. Sobretudo porque tem patrocínio importante na sua quase totalidade, a desonestidade. E suporte jurídico dos tribunais de exceção.

Muito bem, os valores de agora estão bem claros: Há uma briga de facções chamadas de partidos (leia Gangue Brasil) com variados poderes de fogo se programando para as próximas eleições. Dois ou três grupos que flertam entre si, procurando as posições numa linha de frente pronta para exterminar o outro lado, enquanto se esbarram numa retaguarda igualmente suja: as gangues de menores legendas. Não há linha Marginot que resista.

“Perdemos o nosso Estado de direito”, disse-me um amigo, dia desses.. e eu fiquei com aquela sensação de calafrio e medo que é típica das situações de perigo. É uma sentença consolidada, está diariamente proclamada nos jornais, nas redes de notícias.. perdemos realmente, mas não ousamos pronunciar isso em voz alta, não sei bem porque… talvez para que a esperança não nos escute…

Hoje estamos engolindo calados parlamentares de tornozeleiras eletrônicas, dando as ordens… que força hercúlea é essa capaz de vergar nossos joelhos e nos fazer aceitar frustrados (porque calados, não estamos), esse regime vergonhoso, onde a marginalidade dita nossas regras, o que vamos pagar, o que vamos comer, o que vamos perder e o que respirar no minuto seguinte? Só há uma resposta: deixamos a escória se tornar gen dominante nas gerações que criamos através das permissões indiscriminadas.

Produzimos marginalidade. Confundimos as coisas, quando fomos complacentes com ideias do tipo “eles não admitem que um pobre possa…” . Era mentira, era jogo sujo, caímos numa armadilha, não era de pobreza que tratavam eles, o grupo que queria se erguer, era de marginalidade, de oportunismo. Arrotar aos quatro ventos em tom de desafio “…estarei com 72 anos e t… de 30 para ser presidente da República ” (confira o texto na internet), é repulsivo. É contra tudo que se pode entender por “ordem e progresso”. Ainda que menos de ¼ do recinto onde isso foi pronunciado, estivesse presente.

É absurda a iniquidade, a vergonha e indignidade com que nós cidadãos brasileiros estamos sendo obrigados a viver.

As eleições próximas, já definem seus campos de batalha, tréguas de um lado, armadilhas de outro, golpes desferidos em todas as direções e nosso sangue lava a terra que pisamos. Uma arena real de feras armadas até os dentes, destilando veneno, já nem mais sob o véu das flautas encantadoras nas vozes dos seus discursos políticos. São breves, afiados e vulgares, suas vozes são balas perdidas, das quais tentamos nos desviar a todo instante, mas invariavelmente nos atravessam.

Não há instituições seguras, não há perspectiva de melhora de vida de nenhuma ordem a curto, médio ou longo prazo, se o mercado continuar a favorecer a venda de pessoas. Só fogo… cruzado.

Por: Mônica Torres 
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Publicado originalmente em: Grupomonybr

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Bagatela

Faça as contas.. US$ 1,3 milhão ou R$ 5.065.970,00 (preço de hoje) + R$ 7.014.420,00 em arroz (aproximadamente 4,5 mil toneladas) não é muita coisa perto dos gastos exorbitantes, ou como queira chamar.. da pilhagem, do butim.. do montante subtraído de nossos bolsos diariamente pela quadrilha organizada instalada lá em cima (veja  Brasil e o Cupim Social). Eles diriam que é uma bagatela.

Acostumados à paisagem verde dos gramados e aos lagos espelhados de Brasília, ou mesmo ao horizonte marinho azul, somente vistos naquelas coberturas em frente ao mar tropical, Suas Santidades, os políticos (e derivados) brasileiros, não imaginam ou não se interessam realmente pelo que representa essa quantia na vida de alguém como os atingidos pela tragédia em Mariana, por exemplo, ou pelas vítimas das cheias, ou das secas. Irrisório, diriam eles, entre uma garfada e outra, num almoço no palácio.

Essa é a quantia que o Brasil “generosamente” enviará como doação para as ações de assistência aos atingidos pelos conflitos da Síria. Se parece um ensaio de crítica à generosidade humana? Não, não é! Se parece com uma crítica à “generosidade brasileira”? Sim é isso mesmo!

Mesmo entendendo como “bagatela” a quantia, perto das necessidades, e considerando que gente é gente independente de raça cor e origem, não podemos deixar de ouvir os gritos abafados, reprimidos das vítimas abandonadas de Mariana, sem contar que a quantia de R$ 1.800.000,00 doada (por cidadãos brasileiros, diga-se de passagem) destinada a Mariana, também foi pilhada a caminho do socorro e está sendo investigada agora pelo MP. Somos realmente “Sem Valia”.

Mas eu nem falei ainda das olimpíadas, que vem ai com a anuência dos brasileiros distraídos (ou eu deveria dizer, irresponsáveis, mesmo?) . Essa sim, já está ao custo de sabe-se lá quanto, porque há um ano atrás precisamente, já custava R$ 36,7 bi e superava a copa em 47%… triste? imagino se os alemães resolverem superar aquela marca de 7×1…

Posso dizer que é uma total irresponsabilidade dos poderosos lá em cima na esfera política, uma total falta de senso de humanidade, de amor ao país, de patriotismo, de tino administrativo, de moral, e de desejo de evolução. Estroinas, arrogantes, gananciosos, usurários, gastadores vaidosos e desenfreados do dinheiro suado dos trabalhadores brasileiros.

Ao som das marchinhas carnavalescas de ocasião, inspiradas ironicamente em heróis ou vilões personagens envolvidos na lama da corrupção, os brasileiros abrem alas  dão sua cota e contribuição para a farra “alibabesca”, nos preços dos produtos vinculados às festas de Momo. Para quem não sabe, vale consultar o Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). A alta de preços superou facilmente a marca dos 10,74% apurados pelo IPC. Já navega na marca dos 12,74% coloridos e abrilhantados por muita purpurina.

O que isso significa? Que a quarta-feira veio, inevitavelmente, e nem o eco que ficou do  estrondar retumbante dos tambores das escolas de samba, conseguirá abafar o som descomunal do choro dos atingidos pelas consequências dos Zika vírus espalhados pelo país, pelo descaso com a saúde…, significa que nem a mais bela fantasia de penas coloridas, de pedrarias brilhantes, nem as mesuras elegantes dos passistas, conseguirão, nem por um instante, fazer esquecer ao povo que sofre pela falta de humanidade, pela falta de providência adequada daqueles que deveriam administrar corretamente este país.

Não quero me repetir em críticas de assuntos que já foram mais do que replicados. Mas não posso deixar de olhar de forma crítica a doação leviana desta “bagatela”.

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomonybr
 

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Brasil Emergente

Não é difícil entender o êxodo da classe mais abastada do Brasil para o exterior. Sobretudo para os Estados Unidos, ultimamente. Eu sei que esta menção arrepia os cabelos dos populistas avessos ao destaque americano, mas terão de digerir isso, de qualquer forma.

Uma reportagem que normalmente passa batida no registro diário de consultas aos jornais, pode disparar o sinal de alerta dos olhos mais aguçados. Não precisamos ser especialistas em economia, quando podemos extrair, mesmo de mídia tendenciosa, “dados puros”, dos quais podemos tecer nossas próprias conclusões. Afinal está tudo aí.. bem à nossa frente.

A questão das conclusões nem demorou muito para mim hoje. Com certeza qualquer leitor concordará com isso, porque não é interpretação, mas… conclusão lógica.

Hoje li uma reportagem com números comparativos de renda per capita brasileira, submetida a métricas usadas largamente por economistas experientes. Por que será que não me surpreendi ao ler que usam os Estados Unidos como parâmetro?

Pois bem, em nossa história, foi na transição de governo militar para civil, que nosso poder de compra nos favoreceu com maior conforto, e no “início” dos 80, (consulte a lista dos presidentes e respectivos mandatos em “Lista de Presidentes do Brasil”  até 1985, considerando que isso significa “primeiros” anos da década de 80), com a herança dos governos anteriores, o desejo de crescimento, e uma administração séria e “honesta”, que obtivemos o louvável percentual de 40% da renda dos Estados Unidos. É isso mesmo, 40% foi o máximo que pudemos festejar.

Será que os Estados Unidos nunca estiveram em crise? Ou, deveríamos considerar que Deus é americano? ..e que em Seus sagrados propósitos, escolheu os Estados unidos para favorecer com a sorte? Sabemos que não! Sabemos que somente uma administração responsável, resguardada de excessos, e da podridão da corrupção generalizada, com leis “cumpríveis”, vigilância e punição severa, poderia nos devolver um país com chances financeiras e sociais no mundo, junto aos “seus pares”, como se refere a reportagem.

Agora voltando aos números, você acha pouco que tivéssemos uma renda per capita de 40% comparada aos Estados Unidos? Pois o FMI, aquele fundo criado para socorrer países necessitados desde o pós guerra, expert em diagnosticar seus “próximos da lista de pedintes” já fez sua previsão de “estagnação” em 27%, para a nossa renda, comparada aos nossos vizinhos de cima.

Então como eu disse inicialmente, não é difícil entender o êxodo. As grandes cabeças pensantes, os grandes empreendedores brasileiros, estão alinhados com a realidade. À parte os que se beneficiam do sistema, através de favores e falcatruas, tão corriqueiras nesta terra, os trabalhadores de verdade, aqueles que respeitam, ou os que desejam respeitar as leis que regem a boa economia, esses.. estão sim, distribuindo os ovos da galinha em cestos diferentes e promissores. Basta que se leia uma ou outra notícia e dela se extraia apenas “dados” e não opiniões, para se concluir o que já é fato consumado.

No mais, a hipocrisia das pequenas mentes populistas que procuram denegrir a economia americana, mas se beneficiam dela que é uma beleza, pois estão acostumados a fazer de cabeça, cotações diárias de dólar, mas não saberiam responder qual é a moeda corrente naquela bela ilha decadente que tanto citam como modelo.

Fez-me rir a notícia, porque apesar de todo acesso e instrução de um escritor de jornal conhecido, o jornalista subestimou a capacidade do cidadão brasileiro de pensar, com a declaração de que “apesar da estagnação do Brasil, a desigualdade na distribuição dessa renda diminuiu, o número de pobres recuou, e o acesso à educação e à saúde melhorou”. Oh Deus! perdoe-o ele não sabe o que diz..
Fora isso, a informação gráfica de 24 países considerados emergentes em que o Brasil figura na posição de 18º. Só não entendi a persistência em nos classificar como país “emergente”, quando sabemos bem, que estamos em pleno mergulho no abismo.

Talvez esse “emergente” ao contrário do sentido “aflorante” ou “despontante”, se refira à emergência de nossas necessidades.. por certo!

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr