Ninguém duvida que o Brasil é capaz de
produzir música e beleza, sobretudo se for desafiado, como parece ter
sido o caso da abertura das olimpíadas. O dia seguinte amanheceu com um
gostinho unânime de vingança, dos organizadores da festa sobre os
duvidosos críticos, que diziam que o país não estava preparado para
oferecer uma olimpíada digna do olhar criterioso do mundo. Bobagem!
Sabemos produzir espetáculos inesquecíveis.
Os jornais estrangeiros não pouparam
elogios. É claro que um espetáculo daquele, esbanjando a legítima emoção
genuína do povo brasileiro, não poderia ser feio. Foi de arrancar
lágrimas e suspiros. Literalmente, emocionante! Um presente aos olhos e
ao coração de quem sabe quanto precisamos valorizar nossa terra.
Ninguém poderá dizer que o Brasil é
incapaz de produzir coisas boas e belas. O sentimento das massas
brasileiras está claro. Desejamos progresso!
Dentro desse asfalto cinza de corrupção
que hoje nos abate a dignidade, moram flores que têm tentado nascer
diariamente, a exemplo dos juízes que tomaram para si o peso da luta
contra a corrupção, a exemplo do povo que vai às ruas vestido de nossas
cores empunhando bandeiras do Brasil, a exemplo daqueles que se esforçam
para recuperar os irmãos arrebatados pelas garras da ideologia
oportunista, que nos fez reféns de uma economia doente, de uma política
corrompida e uma prática de governo desastrosa. Somos flores!
Ninguém dirá que não há fair play nas
tentativas dessas flores, de romper o asfalto dos opressores, que
insistem ainda em manter a corrupção dominante. O povo brasileiro tem
tentado reivindicar direitos, restabelecer honra e dignidade, há muito,
afrontado e vilipendiado pelos poderes políticos corrompidos.
Não há partidarismo no que desejamos! Não
há ódio, há desejo de respeito às diferenças, há desejo de melhorar o
mundo em que vivemos, há desejo de melhorar as vidas de nossos irmãos.
Há desejo de nos alinhar com os melhores, com os mais ricos, com os mais
evoluídos. Não há pecado nisso. Há honra e dignidade nesse desejo.
Mas… não nos enganemos, há os que tomarão para si, de outra forma, o significado de todo o cenário. Há os que dirão, que toda aquela produção foi a contragosto dos brasileiros que foram às ruas reclamar as prioridades que não têm sido cumpridas. Haverá os que dirão ainda “nós e eles”, e contra “eles” as Olimpíadas aconteceram.
Em pouco tempo, essa gente corrompida,
cheia de empáfia, reivindicará para si e para seus partidos, o mérito de
querer o crescimento do país, cobertos pela capa mentirosa de proteção
que desejam estender sob o continente sul-americano, sob o rótulo de um
herói que jamais existiu nos anais de nossa história: Bolivar. Nossos
heróis têm outros nomes.
Aqueles que foram contra a realização das
olimpíadas, e ainda são, o fazem com a mesma legitimidade do sentimento
manifestado nas arquibancadas da abertura, porque não é contra um
evento dessa importância seu manifesto verdadeiro, mas contra o preterir
das prioridades, em favor do evento festivo momentâneo. São contra a
ordem das realizações na fila, que negligencia as primeiras necessidades
em proveito da festa.
A festa foi linda. Paz e glória ao Brasil! Sejam nossas, as palavras de Carlos Arthur Nuzman, legítimo brasileiro, de mãos trêmulas pela emoção, de voz forte pela coragem e força do discurso que não esqueceu de dizer.. “Verás que um filho teu não foge à luta”.
Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr