O Brasil assistiu em clima de copa, ao
desenrolar da votação do segundo impeachment de sua história, na câmara
dos deputados. Passadas 24 horas do evento, o teor das narrativas sobre o
comportamento dos parlamentares oscilam entre piadas e lástimas.
Pode-se dizer com segurança (e vergonha, claro), que ‘Suas Incelenças’,
os parlamentares tão importantes dentro de seus paletós, com os dedos em
riste e nas pontas dos pés, são uma casta de criaturas à parte, sem
nenhuma noção de educação e ridículo.
Essa classe especial de gente mal
educada, a ocupar os microfones a fim de dar seu voto, aproveitou-se dos
10 segundos permitidos, para transformar esse tempo em “1 minuto de
glória histórico”.
Como se não bastasse as discrepâncias de
seus discursos ordinários e completamente dispensáveis, oferecendo seus
votos à família, à esposa, à mãe, ao cachorro, ao gato, ao papagaio e o
filho que há de nascer…, fugindo completamente do contexto sério que a
situação exigia, formou-se ainda um show circense de 5ª categoria com
atitudes dispensáveis como puxões, empurrões, ofensas e até cusparadas.
Se o ser humano é realmente uma criação
singular, o que dizer da classe política com sua vaidade exacerbada e
sua ignorância ímpar?
Nosso congresso pode ser comparado a um zoo, cujas espécies são raras e monstruosas em suas características.
Onde está a seriedade e a sensatez que
deveriam repousar no discurso de cada um? Que deveriam compor as
conclusões sem a necessidade da intervenção frequente do dirigente da
mesa, no sentido de repreender os malcriados, como se fossem alunos
desobedientes?
Comemoramos sim, porque o resultado nos
aponta os pés na direção que desejamos caminhar daqui por diante.
Sabendo que é preciso mudar tudo, trocar tudo, rever tudo e impedir a
repetição desses males que hoje nos afligem. Mas nossa comemoração é
pobre, frágil e incompleta, porque sabemos no íntimo, que esses votos de
‘Suas Incelenças’ atingiram o resultado sim, mas não pelas razões que
deveriam prevalecer. Muitas decisões de última hora, de quem somente
observa o lado mais vantajoso para ali se acomodar. Não são sérios os
homens que ocupam os cargos de representantes do país hoje. Há em sua
maioria quase absoluta, uma leva de oportunistas dispostos a firmar
alianças medonhas e vantajosas para seus propósitos medíocres.
Quanta deselegância, desvirtude,
negligência e desonra, sob os títulos grandiosos que os escalões
políticos lhes conferem. O baixo clero… os dirigentes, os assessores… o
alto escalão… enfim, a fantasia de brincar de Deuses. Por pouco não usam
perucas brancas para distinguir-se das demais classes sociais
supostamente abaixo de sua importância.
Como confiar nessa gente? Como permitir
que defendam nossas causas, que nos representem, que tomem decisões e
criem leis e regras para que nós mesmos venhamos a cumprir?
O voto, é uma das decisões mais importantes na vida de uma nação. É o passaporte para o progresso tanto quanto para a desgraça.
O voto, é uma das decisões mais importantes na vida de uma nação. É o passaporte para o progresso tanto quanto para a desgraça.
Não! Não há como relaxar, depois de se
prestar atenção àquela sessão. Valha nos Deus! precisamos pesar muito
nossas escolhas e nos informar diariamente sobre o que pensam e o que
maquinam nossas ‘incelenças’, antes de atirar nossas pérolas…
Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr