segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Últimos dias

Às vezes, governantes, ao longo do caminho de sua vida pública, trilham em curvas sinuosas, rumam por atalhos estranhos para o sucesso, bordejam penhascos e se detém por tempo demais diante dessas profundezas abismais. A vaidade pode transformar um homem, e enganá-lo a respeito de si mesmo e de tudo à sua volta, até transformá-lo em candidato a “deus”. Pode dobrar joelhos ao vício da usura, aos holofotes do sucesso, aos vultos falsos da camaradagem.

“Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você ” , assim disse Niestzsche. O que quer que se faça, o que quer que se diga, a falsa democracia mergulhará nesse abismo sem volta. Está acontecendo agora.

O poder é uma força motriz capaz de construir heróis e monstros. É capaz de quebrar o mais resistente intelecto, fazer ruir o mais firme elemento, de tal forma que apenas o homem de muita fé e muito atento, livre-se de estragos em sua alma.

Nesses últimos anos, estivemos perdidos em democracias de fachada, processos desviantes, em eterno conflito com a democracia virtuosa, as elites descuidadas se renderam à sedução do falso brilho do sucesso, enquanto os excessos e decadência de valores, formaram monstros, pela negligência, pela vaidade e pelo desejo de poder. Tivemos a ascensão da usura, do perdularismo, da mentira, da arrogância e da pretensa onipotência nos governantes e poderosos de ocasião. Conceitos falsos formataram uma democracia fraudulenta, que escondeu nada menos que o oportunismo tácito onde os ovos de serpente se aninharam em partidos ainda vigentes.

Presidentes em grupo, é o que tivemos. Elegeu-se um títere cujos fios não puderam ficar invisíveis e que segundo o desejo condensado de uma instituição ilegal e inconstitucional, subverteu o conceito de pátria, suprimiu a importância dos valores cívicos, destroçou a honra brasileira, vilipendiou a carta magna, pisou os exércitos, perverteu os conceitos de família, e como numa vingança interminável, maculou a pureza das crianças dessa geração, com uma desconstrução social sem tamanho, onde é difícil mensurar até o tempo para que se refaça dos danos, o país.
Mas ainda nos perguntamos que coisa estranha é essa chamada poder e até onde ela pode…
De repente, nos enxergamos uns aos outros, nus, de uma vez só, no meio de uma vaga gigantesca.
Os pilares da democracia constitucional, foram rachados, em nome de uma democracia totalitária e perversa que conduziu o país, à quebra da sustentação econômica, cultural e convivencial. No conceito aparente de proteção, sob o disfarce tênue de provedor da democracia plena, pretendeu sedimentar uma imersão integral do Estado na vida brasileira, em seu completo conjunto de atividades. Em outras palavras, exercer plenamente o controle do corpo social em.. “cabeça tronco e membros”.

Ao sopé do vulcão Pompeia foi edificada. E assim também foi edificada no Brasil, a democracia totalitarista, que se implantou na oportunidade dos governos de esquerda. Ao sopé do vulcão Pompeia foi totalmente soterrada, e assim será a postura de ativismo revolucionário falso e maléfico que tem separado brasileiros, como se tivéssemos nascido filiados a partidos. A pirâmide dessa ideologia virá abaixo!

A complexidade da democracia constitucional favorece a adesão dos cidadãos mais simples ao assistencialismo proferido nos discursos de esquerda. Para esses cidadãos, são vozes simples de se entender e promessas bem-vindas. Mas na prática, os discursos são vãos.

Nossa Pompeia sucumbirá também, ao calor do processo vulcânico das sessões do congresso. É inevitável, porque foi construída “no erro”. É culpada!!! Mas não se engane o povo salvo dessa expiação, porque enquanto não se fizer uma reforma adequada, com leis fortes, com punições eficazes, conceitualizando adequadamente os crimes que hoje são considerados menores, tratando os cidadãos com igualdade perante a lei e praticando uma justiça eficiente onde mesmo os julgadores são alcançados por ela, o Brasil viverá ainda à sombra da democracia falsa e perversa em que seus governantes (que são muitos..) jamais se comprometerão com o pacto constitucional.

Por: Mônica Torres
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Publicado originalmente em: Grupomoneybr