sábado, 23 de abril de 2016

Discurso de Ódio

Eu não achava que ela chegasse a tanto, ouvindo o final do discurso sobre o Acordo de Paris, onde a pseudo presidente falou os minutos finais sobre a crise em nosso país. Achei que ela fosse encerrar elegantemente a ida aos Estados Unidos.

Teria sido ponto a seu favor no processo que inevitavelmente ela enfrentará daqui por diante.
Então me deparo com notícias de falas e acusações descabidas, espalhadas mundo afora, através de entrevistas dadas à mídia estrangeira.

A singular personalidade da presidente da república do Brasil, é um mosaico surpreendente da reprodução repetitiva de duas peças apenas: o sonho ultrapassado e equivocado de sua juventude, e a ilusão da realização desse sonho.

Olhando para a sua figura sóbria, em sapatilhas Louis Voitton e brincos Dior, é difícil entender o paradoxo estabelecido entre os elementos visuais de discrição e sobriedade, e o descompasso de seus discursos claramente vingativos, proferidos a queima roupa e à revelia do bom raciocínio jurídico, crítico, analítico e saudável.

Alheio aos nossos interesses e às nossas súplicas, o tempo passa. Chega um instante em nossas vidas que alguns sonhos se tornam maduros, enquanto outros são abandonados, até pelo decurso natural do que se considera despropósito. Deveria ser natural para uma mulher de meia idade, com toda a experiência que traz, reavaliar exaustivamente seu comportamento e decisões, a cada dia vivido na condução dos mais de 209 milhões de destinos.

Enquanto o país tenta se equilibrar numa fina corda já esgarçada do ‘estado de direito’, cercado quando não pela incompetência, pelo oportunismo que dilapida o patrimônio e dilacera as estruturas pilares da tão sonhada democracia, a chefe maior do estado, entorna pedantices e insensatez, somente permitidas a uma criança perversa em suas vinganças de ocasião.

A enxurrada de imposturas e enredos contidas nas declarações feitas aos jornalistas lá fora, trazem à luz da razão, uma mulher frustrada em lugar de uma chefe de estado. Revela não somente o desarranjo emocional, mas a clara intenção de vingança.

Sem avaliar propriamente os danos causados pelas suas acusações, sem considerar o crivo jurídico do tribunal maior e do conjunto de leis que compõem a nossa constituição, ela desfere com clareza de atitude e requintes de improbidade, o verdadeiro ‘golpe’ na nação que jurou defender.

Nem seus elementos visuais de marca e luxo, nem as reverências e falsas mesuras de sua militância, são capazes de dar respaldo a seu discurso impróprio e doloso. O mundo já a vê como ela é.
“…Me julgo uma vítima, sou injustiçada…” quantas vezes essas palavras terão representado legenda fiel de criaturas pobres, vítimas dessa inconsequência de governo, quantas vítimas verdadeiras terão pernoitado nas filas do hospitais imundos, à espera da saúde golpeada pela irresponsabilidade de sua equipe… quantas pessoas injustiçadas verdadeiramente em suas ruínas pessoais, transformadas em números de estatísticas.

Cale suas palavras, Sra. presidente! em nome das verdadeiras vítimas, em nome dos reais injustiçados. Para que elas não sejam espadas afiadas sobre sua cabeça nos milhares de dias de juízo que virão.

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr