Eu não achava que ela chegasse a tanto,
ouvindo o final do discurso sobre o Acordo de Paris, onde a pseudo
presidente falou os minutos finais sobre a crise em nosso país. Achei
que ela fosse encerrar elegantemente a ida aos Estados Unidos.
Teria sido ponto a seu favor no processo que inevitavelmente ela enfrentará daqui por diante.
Então me deparo com notícias de falas e
acusações descabidas, espalhadas mundo afora, através de entrevistas
dadas à mídia estrangeira.
A singular personalidade da presidente da
república do Brasil, é um mosaico surpreendente da reprodução
repetitiva de duas peças apenas: o sonho ultrapassado e equivocado de
sua juventude, e a ilusão da realização desse sonho.
Olhando para a sua figura sóbria, em
sapatilhas Louis Voitton e brincos Dior, é difícil entender o paradoxo
estabelecido entre os elementos visuais de discrição e sobriedade, e o
descompasso de seus discursos claramente vingativos, proferidos a queima
roupa e à revelia do bom raciocínio jurídico, crítico, analítico e
saudável.
Alheio aos nossos interesses e às nossas
súplicas, o tempo passa. Chega um instante em nossas vidas que alguns
sonhos se tornam maduros, enquanto outros são abandonados, até pelo
decurso natural do que se considera despropósito. Deveria ser natural
para uma mulher de meia idade, com toda a experiência que traz,
reavaliar exaustivamente seu comportamento e decisões, a cada dia vivido
na condução dos mais de 209 milhões de destinos.
Enquanto o país tenta se equilibrar numa fina corda já esgarçada do ‘estado de direito’, cercado quando não pela incompetência, pelo oportunismo que dilapida o patrimônio e dilacera as estruturas pilares da tão sonhada democracia, a chefe maior do estado, entorna pedantices e insensatez, somente permitidas a uma criança perversa em suas vinganças de ocasião.
A enxurrada de imposturas e enredos
contidas nas declarações feitas aos jornalistas lá fora, trazem à luz da
razão, uma mulher frustrada em lugar de uma chefe de estado. Revela não
somente o desarranjo emocional, mas a clara intenção de vingança.
Sem avaliar propriamente os danos
causados pelas suas acusações, sem considerar o crivo jurídico do
tribunal maior e do conjunto de leis que compõem a nossa constituição,
ela desfere com clareza de atitude e requintes de improbidade, o
verdadeiro ‘golpe’ na nação que jurou defender.
Nem seus elementos visuais de marca e
luxo, nem as reverências e falsas mesuras de sua militância, são capazes
de dar respaldo a seu discurso impróprio e doloso. O mundo já a vê como
ela é.
“…Me julgo uma vítima, sou injustiçada…”
quantas vezes essas palavras terão representado legenda fiel de
criaturas pobres, vítimas dessa inconsequência de governo, quantas
vítimas verdadeiras terão pernoitado nas filas do hospitais imundos, à
espera da saúde golpeada pela irresponsabilidade de sua equipe… quantas
pessoas injustiçadas verdadeiramente em suas ruínas pessoais,
transformadas em números de estatísticas.
Cale suas palavras, Sra. presidente! em
nome das verdadeiras vítimas, em nome dos reais injustiçados. Para que
elas não sejam espadas afiadas sobre sua cabeça nos milhares de dias de
juízo que virão.
Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr