segunda-feira, 14 de março de 2016

Audiência e Aceitação

Eu nunca torci pelo Coiote, muito embora ele tivesse muita audiência nos desenhos da TV dos anos 70. Audiência é diferente de aceitação.

Se pudéssemos avaliar as tendências do Brasil em expressões metafóricas, a palavra perfeita seria POLARIZAÇÃO (com tudo que a expressão carrega no significado). Só por alto, qualquer pessoa pode calcular que o país já percorreu pelo menos 1/3 de um processo, que coloca seus cidadãos na condição de adversários, rivais, oponentes.. ou seja lá o que se chame, aqueles que se enfrentam com objetivos opostos. E quem foi que criou tudo isso?

Duas coisas nas atitudes de um homem, o elevam ao status de ‘visível’: a adoração, ou o repúdio. Mas nenhuma dessas manifestações é o que determina que ele seja capaz de gerir alguma coisa, ou principalmente.., de liderar pessoas. Mas isso ainda não foi percebido com clareza, por aqueles que de algum modo, gastam seu precioso tempo e sua audiência com a irracionalidade.

Analisando figuras icônicas da nossa atual esfera política, ou mesmo da órbita ‘ainda’ influente do poder, distinguimos com facilidade a confusão de conceitos que eles adotaram, produzida pela soberba e arrogância que essas figuras insistem em sustentar como ‘força de caráter’ e ‘honra’, e ainda pior, insistem em fazer disso um pré-requisito para permanecerem na posição superior de comando.

Os polos se enfrentam, por enquanto, na forma de manifestos, a proferir impropérios uns contra os outros, enquanto os figurões ardilosos, alimentam sua carga de soberba e arrogância, montadas na fórmula ‘nós(reprimidos) x eles(elite)’, cujo argumento principal é.. ‘eles não admitem que nós…’ Isso é tudo o que eles desejam para iniciar ou dar continuidade a suas campanhas. Basta um momento na mídia, para transformarem em vanglória, sua indignação.

Líder? Não mesmo!!! Ainda que haja nos dicionários um conceito diversificado da palavra, sabemos que liderar, diz respeito a coisa muito diferente de se criar inimigos e reunir bandos para enfrentá-los. Isso se chama iludir, maquinar, engendrar. Nada disso se parece com liderar (cujo principal objetivo é o bem comum). Nada disso se faz com se reconheça em alguém, as características necessárias para que se o siga, para que se o ame, ou por quem se enfrente uma luta.

Então.. por que figuras assim ainda se sobrepõem? Por que ainda há quem os siga? Por que ainda têm tando destaque nas colunas de notícias, nas redes sociais, nos jornais, na TV.. como fenômenos de publicidade? …é simples: Ao contrário do que eles entendem por aceitação (e intenção de voto), ‘notícia’ pode ser de qualquer ordem, e vocês hão de concordar, que aquelas que escandalizam, costumam dar a maior audiência a quem as publica. Eles, os figurões, devem pensar assim ao pretender novas campanhas, novas candidaturas… Da mesma fórmula se serve a mídia na questão cinéfila, o ano inteiro vendem o diabo nas telas, de tal forma que precisam impor até limite de idade para se assistir. Deus, pouco encontra espaço na audiência (veja quantos filmes são exibidos sobre Ele na TV..) e mesmo assim precisa estar ensanguentado durante a maior parte da atuação, para então ter a atenção necessária. Mas é a Ele que amamos e seguimos, não ao diabo na sua falsidade.

Pois que prestem atenção os figurões, numa coisa: o que quer que se assista, tem que terminar bem. O povo precisa ‘do bem’. O vilão tem que perder no final. Não adianta impor suas falsas figuras, suas silhuetas fabricadas na falsa luz que a audiência produz. O tempo revelará a diferença entre audiência e aceitação.

Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que lembrar às pessoas que você é, você não é.” MARGARET THATCHER

Por: Mônica Torres
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Publicado originalmente em: Grupomoneybr 

Nenhum comentário:

Postar um comentário