…E fica a partir desta data.. instituído o Ministério da Corrupção. Será?
Eram 4, os ministérios em “1984”: “do Amor”, “da Paz”, “da Fartura” e.. “da Verdade”, sendo este último a expressão brutal da forja da história.
“1984” veio à luz em 1949, pela pena
ávida de Eric Arthur Blair, na pele de George Orwell, em sua genialidade
de todo tempo, como jornalista e escritor. Quem leu a obra, sabe bem o
significado dos slogans anarquicamente imprimidos ao partido.. “Guerra é
Paz”, “Liberdade é Escravidão” e “Ignorância é Força”. Tudo gira em
torno de uma sociedade precisamente controlada pelas engrenagens de um
poder que cerceia a liberdade, controlando a propaganda e fabricando as
comprovações de acordo com suas verdades, as que também fabricam.
Cuidadosamente, Orwell escolheu para
ilustração do Ministério da Verdade, uma grande pirâmide branca,
imponente, cujos ângulos também faziam referência aos ministérios
citados. Um em cada ângulo de base, dão sustentação ‘perpétua’ ao poder
centralizado que governa apenas para si, alicerçado pela sociedade.
Nem preciso desenhar a semelhança desse
enredo com o desenrolar de nossa história atual… com nosso corpo
político. Mas faltava um ministério num ângulo dessa pirâmide… aquele
que sobre todos, personifica um poder cruel e cínico… o “da Corrupção”.
Na ponta do alto, ou.. no extremo superior dessa pirâmide brasileira, a traição à pátria, aos deveres cívicos, aos direitos garantidos aos cidadãos, pela constituição brasileira, agora rasurada definitivamente em suas leis complexas, revistas, emendadas e remendadas 1000 vezes.
Há culpa em todo plano, em toda fala, em
todo sussurro pronunciado nos corredores do palácio, há dolo em cada
decreto, há sangue brasileiro na tinta de cada assinatura. Nomeia-se sem
pudor, as próximas peças que vão querer nomear também.
Há revolta nas ruas, e choro reprimido nos corações dos que ficam em casa, em frente a suas telas, boquiabertos, antevendo a névoa que poderá não permitir o amanhecer sereno da verdade.
As informações desencontradas servem ao caos.
De um lado, mudam-se sistemas, aos
berros, nomeiam-se ministros, criam-se cargos, condenam-se pessoas… tudo
às pressas, tanta é a corrida pelo ouro. De outro, gritam em desabafos a
opressão que lhes pesa nos ombros. O que nos falta?
Por onde começar? …cumpra-se a lei! cumpra-se à risca, as leis, a verdade e o bom senso.
Mas a hipocrisia, também tem sido o ópio desse povo poderoso. Não há inocentes!! não há de nenhum lado. Há também, uma estratégia de manobra há muito tempo, vivendo em “1984”, a condenar também ao “quarto 101” sem julgamentos, a atirar sem medo… e sem direção certa, mirando somente o povo como alvo. Muitos já aceitaram os benefícios que agora condenam nas mãos dos outros. Enquanto lhes serviu o mesmo sistema sujo e dele se abasteciam refestelados em suas zonas de conforto, enquanto nada lhes faltava… tudo era bom… até mesmo o jeitinho que agora repudiam em frente aos flashes e microfones.
Mas a hipocrisia, também tem sido o ópio desse povo poderoso. Não há inocentes!! não há de nenhum lado. Há também, uma estratégia de manobra há muito tempo, vivendo em “1984”, a condenar também ao “quarto 101” sem julgamentos, a atirar sem medo… e sem direção certa, mirando somente o povo como alvo. Muitos já aceitaram os benefícios que agora condenam nas mãos dos outros. Enquanto lhes serviu o mesmo sistema sujo e dele se abasteciam refestelados em suas zonas de conforto, enquanto nada lhes faltava… tudo era bom… até mesmo o jeitinho que agora repudiam em frente aos flashes e microfones.
É preciso mudar o modelo de pensar, para
construir o modelo de agir. Que esperança há para um povo, a quem se
precisa lembrar com placas, atitudes simples como “não pise na grama”,
“não abra a embalagem” ou… “não jogue papel no vaso sanitário”?
A lei é forte, mas a negligência é
diplomada. E dela, é filha a impunidade, presenteada nestes tempos de
sofrimento, com um “Ministério da Corrupção” que temos obrigação de
repudiar e jamais deixar acontecer.
Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr