“O
desaquecimento da economia, pelos motivos já expostos, ainda está longe de
terminar”, por Ossami Sakamori em artigo http://ossamisakamori.blogspot.com.br/2015/07/economia-br-os-indicadores-do-mes-julho.html,
me dá calafrios. É meio sinistro ter que encarar mais um tempo, que não sabemos
direito quanto, o monstro da inflação de frente.
A
indiferença que se tem pela leitura dos números desses indicadores é própria
das pessoas que em geral não têm muita noção do significado deles. Não é pra
todos, mas para aqueles que têm uma noção mais clara sobre economia. Não é caso
das massas, apreciar esses números, e em sua grande maioria nem se importam com
isso como informação.
O
fato é que isso chega na mesa de cada um, tanto em forma de cebola 23,78% mais
cara (vide.. A Culpa é da Cebola), como nas discussões acaloradas e entre
famílias que começam a se digladiar quando lhes falta com o que manter seu
orçamento. Não dá pra fechar os olhos para aumentos gritantes de um lado do
cabo de força, como gasolina, todos os itens das prateleiras de supermercados,
remédios, serviços, impostos, etc, e do outro lado.. as contenções, nossos
bolsos escassos e a perspectiva triste de nos vermos ainda mais deprimidos com
a crise, debaixo de sorrisos debochados e um cinismo sem fim dos poderosos.
Uma
coisa que me chamou atenção, mas é comum passar despercebida pelo leitor do
artigo anterior é “....até final do semestre, índice de pessoas desocupados em
8% ou equivalente a 8 milhões de trabalhadores....”, Quando olhamos para o
número em percentual, nos vem à cabeça um pequeno valor absoluto de alguma
coisa. Em geral pensamos... apenas 8 em 100.., mas prestando melhor atenção, são “8 milhões de pessoas... 8
milhões apenas nos 6 primeiros meses”. É de se entrar em parafuso. São 8
milhões de pessoas que começam a entrar em depressão, pelas consequências de um
conjunto de medidas econômicas irresponsáveis sob o comando da equipe de uma
pessoa inapta.
Olhando
um pouquinho pra trás e lembrando das discussões acirradas entre os dois
candidatos,
durante
as eleições, um saltando nas pontas dos pés e outra a ter baixas de pressão, a
proferirem sentenças de derrota um ao outro, não posso deixar de lembrar aqui
que a “situação” acusava a “oposição” de governar para os ricos e
precisamente.. para os banqueiros. Não era assim? Pois bem, hoje o governo faz “de forma péssima” (porque
nem capacidade para administrar de forma errada eles têm), o que acusava a
oposição de planejar para o povo brasileiro.
Mas
vamos adiante, porque isso terá fim. A pergunta é... o que virá depois? O que
acontecerá depois que esse erro for erradicado da nossa história? Afinal, o
governante seguinte encontrará na melhor das hipóteses, inflação anualizada na
casa de 2 decimais (lembrando que isso é meta estourada), taxa básica de juros
na casa de 14%, como citado no artigo anterior, e a cebola... ainda culpada,
com certeza.
É
claro que o próximo governante amargará dias difíceis e talvez ainda seja visto
como vilão, porque refazer a economia, querendo ou não, significa aperto, e
passa por esforços da população, contenção, ajustes, arrochos, e outras medidas
dolorosas para o povo já maltratado. A diferença, será a esperança.
Possivelmente
a “situação” de agora, que naquele então será “oposição”, fará discursos de
críticas ao novo governo, e desses discursos se servirá para se aproximar
novamente do eleitor, querendo induzi-lo a acreditar que os “reaças” não estão
conseguindo levar a economia aos trilhos..., que quebraram o plano que “poderia
dar certo”, e que estão apenas servindo aos próprios interesses.
Assim,
tenho a sensação de que ainda não será o próximo governo a nos fazer esquecer
esses dias ruins de agora, e que ainda comeremos muita cebola culpada.
Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Ossami Sakamori Blogspot
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