Sem dinheiro para negociar as
propostas imorais idealizadas nas alcovas do palácio, o governo lança mão de
mais uma manobra vil e abominável, a troca de cargos por apoio e votos.
Sim, estamos mesmo no meio de um
festival de falcatruas, enroladas, tramoias e chantagens. Nada escondem, porque
sabem que a grande massa inerte que é a maioria do povo, está preocupada só com
o cotidiano visível e o capítulo final de uma novela, coincidente com a
aprovação das medidas. Ótima ocasião
para lhes decretarem o esvaziamento dos bolsos daqui por diante, sob o título
pomposo de “Ajuste Fiscal”.
Quem presta atenção, vê claramente
uma manobra covarde dos dois lados. Por um lado os que chantageiam, submetendo
a aprovação da nossa “pena”, à nomeação de mais cargos para apadrinhados que
levarão mais dinheiro da máquina pública ou serão peões de substituição, e o
governo que de outro lado, nos trai, em total conivência, fazendo as nomeações
sabe-se lá de quantos apadrinhados (fala-se em mais de 70 cargos a serem
nomeados em 48 horas), consolidando a sentença de falência do trabalhador
brasileiro.
Alguém aqui em baixo vai ao
supermercado comprar ingredientes para o almoço de domingo dia das mães, e até
percebe o preço caríssimo, mas não sabe de fato o preço real pago que pariu
essa sensação frustrante de “não poder”. Mas isso só acontece aqui em baixo,
onde não se vê, onde não se sabe ao certo, onde não se publica no horário nobre
a troca de cargos por aprovação de medidas
que sentenciam o trabalhador e todo o conjunto de dependência à sua
volta.
Sentença e punição. A aprovação de
medidas como a MP 664 e 665, que trata da “mão nos bolsos” dos trabalhadores
ativos e inativos, é uma sentença, porque além da intenção que encerra seus
conteúdos, essas medidas vêm à vida através de conchavos, manobras e trocas de
favores bem orquestrados. Mais intrigante ainda é quando lemos os nomes e as
legendas dos parlamentares atuando nessa manobra. Por contra ou a favor da
“sentença”, alguns nomes nos surpreendem. De toda forma saímos perdendo.
Só lembrando o Barão de Itararé...
“Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados”. É uma pena
pesada que pagamos diariamente pela negociata no balcão lá em cima. O governo
não se importa com as consequências dessa negociata, nem para o povo, nem para
si mesmo, sem querer admitir que já está cambaleante na linha de fuzilamento.
Teriam mais munição?
A moeda de troca, são trunfos
guardados como em jogos de tabuleiro do tipo.. pague a prenda ou volte seis
casas. Vence o mais astuto, mas o prêmio continua sendo os nossos bolsos.
Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Ossami Sakamori Blogspot
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