quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Sem Valia

A mentira é um dos mais vis pecados humanos. É duplamente pérfida, porque condena à infâmia aquele que a pratica, e porque tira do outro a liberdade de escolha. Sem o conhecimento da realidade, não há escolha, há apenas guia. E se a atitude covarde da mentira contra qualquer vida, já é desprezível, não tem tamanho a atitude contra um povo inteiro. Como é fácil se adaptar as interpretações, às nossas necessidades e nos livrar das culpas. Pelos interesses próprios, mudam-se até as leis.

Já vi distorções até das pregações de Jesus Cristo em função de interesses próprios..
Temos vivido assim ao longo desses tempos, que nem sequer sabemos precisar quanto. Temos vivido sob tal jugo da covardia, que já não identificamos mais algozes e benfeitores, nem entre nossos representantes políticos, nem tampouco entre nossos “próximos” comuns, que parecem adotar o modelo da dissimulação, confortavelmente.

Tão lastimável ver o colapso em que o mundo se encontra, o declínio da fraternidade humana, a violência ganhando espaço e se avultando como uma sombra gigantesca que nos persegue e nos tira a respiração à sua constatação. As notícias, só nos trazem dúvidas, nada além disso. Corrupção declarada, miséria, fome, ataques de racismo, preconceitos, ataques religiosos, desastres ambientais, vandalismo, contendas de toda ordem. Em contra partida, a indiferença das pessoas debruçadas sobre os balcões das lojas, ávidas pelas compras desnecessárias de fim de ano, os gastos desenfreados, alimentando um consumismo desmedido, produzindo lixo e mais lixo, sem discriminação e sem critério. Isso é usura! enquanto o mundo morre de tantos males, paradoxalmente. Não será possível, nos importar com o mundo mais perto de nós, e vivermos mais fraternalmente, conscientes do quanto podemos fazer, em pequenos gestos, para mudar a história de nossas vidas e as dos outros? Por que nos doemos tanto de coisas que não podemos mudar e esquecemos tanto do que nossa obrigação seria a própria mudança? Talvez porque o mundo real, bem à nossa volta nos tire da zona de conforto.

A covardia, é esculpida na mentira. A ironia, a dissimulação e o cinismo, são os entalhes que lhe dão contornos.

Mas somos todos vidas, não somos? Me pergunto às vezes, se fomos sempre assim.. sem valia..
Eu, em minha costumaz leitura de notícias diárias, já tão banais aos olhos do público letárgico, ainda reparo em manchetes, imagens e textos, e ainda me choco com eles. Hoje vendo as fotografias de políticos de toda ordem (ou seria horda?), a buscar seus pares, seus afins, numa dança macabra, em que dão-se as mãos para se equilibrarem nas suas pirâmides de progressões geométricas, flagrei numa foto, um abraço conveniente entre executivo e judiciário. Legislativo, executivo e judiciário se confundem nessa desordem, nessa prática covarde da mentira, da dissimulação, dos golpismos de “todos” os lados, somos finalmente nau sem rumo. As expressões nos rostos deles, já não escondem a covardia, a arrogância, a imposição. Não se importam em debater-se em golpes físicos publicamente, nas casas políticas, não se importam em proferir ameaças, nem mais usam de eufemismos. Há tanta sordidez em seus procedimentos convulsivos pela permanência em seus cargos, que são batalhões armados sob o nome de “partidos”.

Há uma tragédia sem precedentes sob a lama vermelha de Mariana, mas o mundo à volta parece não se importar com isso. Não é possível que assuntos como “pedidos de impeachment” sejam determinantes do esquecimento, do descaso e da indiferença de nossos governantes. Não é possível que passado mais de um mês dessa torrente macabra, não se saiba definitivamente a extensão precisa da área, a causa da tragédia e sobretudo, o alcance de toda essa desgraça. E nem sequer estou falando de “culpados”.

De novo me pergunto se fomos sempre assim.. sem valia..
Há uma tragédia crônica, sob a poeira vermelha do nordeste brasileiro, a paisagem de morte (e é muito feia) financiada pelo desvio de verbas, pela ladroagem, pelo desrespeito e pela indiferença, está cunhada em cada centavo desviado. Hoje eu li R$ 200.000.000,00 desviados de “apenas dois lotes” da obra de transposição do Rio São Francisco, que ironicamente leva o nome do santo protetor da vida dos animais, aqueles mesmos, que vemos mortos e apodrecidos ao longo das margens desse eterno estio de providências. São “Vidas” realmente “Secas”. Eu, que não posso evitar as lágrimas nessa lembrança, também não posso precisar com exatidão a primeira vez que ouvi a expressão “Indústria da Seca” em anos remotamente distantes. Agora sei bem o que significa.

Sempre fomos assim, sem valia, mesmo?
Uma breve passada na mais importante Agenda Política, nos dará o exato esclarecimento a todos os brasileiros, da verdadeira importância que temos.

Não há ricos, nem pobres, nem trabalhadores, nem letrados, nem ignorantes que não padeçam dos efeitos dessa covardia. A palavra de ordem implícita naquela Agenda Mais Importante (consultável na rede internet), é precisamente “DESCASO”. Confira!!

Mas de todas, a mais dolorosa delas, é a covardia que acabamos por encontrar entre os nossos mais próximos, aqueles entre os quais vivemos e com os quais interagimos todos os dias, que criados à raiz da desfaçatez, esculpidos aos moldes da traição que nos assola desde lá de cima, escondem seus verdadeiros ímpetos, escondem seus verdadeiros rostos e desprezam-se uns aos outros.
Sempre fomos assim, sem valia? …é possível que sim.

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Dinheirismo

O dinheiro tem que servir, não governar.” (Papa Francisco).

Vil metal? JAMAIS!!! Agora sim, uma apologia declarada ao capitalismo. E antes que os mais exaltados divirjam sobre o significado delicado da palavra, vamos levá-la ao nível “qualquer um pode entender”: É de “DINHEIRISMO” mesmo, que vamos falar; é do bom e velho “sistema econômico dos lucros”, a melhor prática de recompensa material, inventada pelo ser humano, o passe, o ingresso, a senha, o recurso mais adequado para a realização, para o produto.

É nesta fase mais conturbada da economia brasileira, que brotam as questões importantes sob o ponto de vista mais analítico. É claro que deixaremos de lado a hipocrisia das interpretações críticas das escolas socialistas, levadas a termo pelos seus mentores e sua massa de manobra, e nos ateremos mesmo à visão realista e comprobatória. Em suma.. o 2+2=4 nosso, de cada dia, claro e exato de se entender.

Indiferente às perspectivas de análises diferenciadas entre uns e outros (porque há os que consideram que a “economia mista” é parte integrante desse sistema econômico), o capitalismo não é matéria que pertença a governos, nem mesmo que deles se utilize para sua existência. Eis pois, talvez, a oposição mais significativa, o remédio mais potente e eficaz contra os sistemas políticos retrógrados que têm seu sucesso no controle dos bens alheios. Porque a despeito de sua hipocrisia, os governos totalitaristas se valem muito bem do capitalismo e têm em suas regras, espaço reservado para alguma liberdade concedida aos investidores independentes a fim de que haja uma fonte de ganhos para manter seus projetos mirabolantes de poder. Claro que tudo isso é com a seletividade da escolha deles. Assim nascem as mega comprometidas Fri… da vida.

Há porém dois expoentes a se considerar, no descontrole de todo sistema econômico: Os “excessos” e a “quebra de instituições” de base de uma nação (sociais, jurídicas e culturais). Isso se parece com um país que você conhece? Certamente você parou para conferir na memória, as instituições que consegue se lembrar e os excessos cometidos, e em T-O-D-A-S elas viu esses sinais (de quebra)… inchaço no corpo de servidores, abuso de poder, burocracia, ineficiência, impostos altíssimos, insegurança, inflexibilidade nas leis de trabalho, intransigência, falta de decoro, corrupção, negligência com a atenções básicas sociais e toda sorte de más práticas que degeneram a plenitude de um sistema econômico sadio.

Os países cuja quebra acontece, começam por desonrar compromissos e pactos. A confiança despenca e o nível de competitividade cai, porque esse é proporcional ao nível de confiança e assim se tornam isolados. É bem assim, como numa instituição pequena, onde se pratica a usura e desrespeito ao dinheiro e aos colaboradores econômicos (clientes e fornecedores). Perde-se a credibilidade e com ela vem o ocaso econômico, o declínio, a ruína e a falência. Já sentimos o bafejar desse hálito de fracasso..?

Não há tolos aqui, todos temos visto a olhos nus, ainda que tardiamente, os efeitos desses acontecimentos em nossa terra.

Há um caos tão largamente instalado, uma desordem tão manifesta, tão cuidadosamente instaurada em nossa economia, que não fosse pelo tamanho continental desse país (difícil de controlar, portanto também difícil de quebrá-lo todo de uma só vez), já estaríamos a pedir esmolas, com exceções dos “selecionados” contemplados pelo apadrinhamento público, é claro! Não fosse pelas riquezas naturais (mas que também acabam, não se enganem!) que nos são fartas em todas as regiões aqui pela graça de Deus, já estaríamos pedindo esmolas.

O capitalismo é o sistema econômico em que o Estado é, senão mínimo, …nenhum. O capitalismo, é o sistema onde os meios de se produzir e se alcançar resultados, são “privados” e portanto sagrados. São a garantia de que todo homem trabalhador se diferenciará de outro, produzindo para si conforme seu mérito e talento. Isso é justo!

Mas eu não vim aqui pra mostrar o óbvio (a que o poder atual nos está submetendo), nem mostrar os estragos que já conhecem de todo e que seria difícil enumerar, de tantos que são…, mas para trazer à tona “o implícito” e convidá-los a pensar, a se perguntarem e se responderem… “a quem interessa a quebra da economia de um país.. e para que de fato ela é necessária ?

Por Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Privados de Iniciativa

Que não se leia neste texto, uma apologia ao capitalismo. Tenho saudades dos bons tempos…, aqueles, onde a iniciativa privada era aplaudida no meio social, incentivada nas decisões de governo e almejada pelos jovens na sua ânsia de prosperidade. O conjunto de atividades componentes da atividade privada, nem sempre visou lucros (financeiros). Houve profícuos resultados em áreas diversas, na pesquisa, na educação, cuja alavanca em nada se prendeu a patrocínios do governo.

Ao longo desse período conturbado de políticas contaminadas, que há alguns anos têm se mantido no topo do poder alternando apenas representantes de um mesmo vício chamado de partido, aqui, desde minha simplicidade de cidadã comum desconhecida, mas contribuinte dos recursos impostos e regularizada sob números e etc, eu tenho verdadeiras surpresas nas constatações que faço dia a dia.

A atividade privada, agoniza como paciente terminal em UTI. Não me digam que não, porque mesmo a mais metódica mentalidade socialista, sabe disso. A fantasia progressista da política vigente está enterrando em mar de lama, todos os esforços já feitos até hoje para promover o crescimento e progresso dos nossos gênios criativos.

A decadência patrimonial começa, quando se adota a prática da centralização e generalização de permissões e julgamentos.

Quer entender isso de forma fácil? Imagine uma família (uma nação) cujos filhos (população), de talentos, coragem e disposição, diferentes, estejam sob os “cuidados” de pais amorosos (governo), zelosos e atentos às necessidades de cada um, para promover-lhes a ferramenta necessária para seu desabrochar e sucesso nas realizações. Não é trabalho dos pais (governo) realizar, nem prover toda sorte de sustento, nem de viver pelos filhos (cidadãos) suas experiências, tampouco realizar por eles seu crescimento. É obrigação de pais amorosos (governo), promover o ambiente necessário para que cada um desses filhos (cidadãos), a seu tempo, coragem e talentos, se desenvolvam e resultem em sucesso que os alinhe com êxito aos membros bem sucedidos de outras famílias (nações). Aos filhos (cidadãos), seja lembrado o “significado” de progredir no terreno social, moral e material, promovendo-se o respeito e a valorização humana “sobre” absolutamente todos os outros valores. Isso transcende políticas, religiões e culturas. Significa realmente aplicar o conceito de “amar o próximo como a si mesmo”.

Agora, imagine essa família (nação) sob o “comando” de pais (governo) centralizadores do poder, cujas decisões são tomadas à risca desde um único centro de controle. A esse comando (governo), cabe decidir, prover e executar de forma igualitária o tratamento que melhor lhes aprouver para promover a “igualdade” de resultados e benefícios entre os filhos (cidadãos) sem que a eles seja dada a liberdade de se destacar, de criar riquezas, de evoluir no terreno material, e humano. Um comando (governo) único que se declara justo, assistencial e benfeitor em favor de seus filhos (cidadãos). Que lhes recolhe os bens produzidos e os distribui igual e injustamente aos seus irmãos, sem lhes permitir adiantar-se uns aos outros, em suas diferenças e talentos, sob o argumento de uma justiça e fraternidade inexistentes. O resultado é um atraso de quem caminha ao lado de alguém cujos passos são menores e precisa esperar por este. Se parece com um curral de ovelhas pastoradas, andando na mesma direção, escolhida por um pastor, de cuja humanidade, honra, sabedoria e pureza, dependem completamente, não é? E que não ousem se afastar dessa massa caminhante, para não serem chamados de ovelhas negras.

Assim tem morrido a iniciativa privada. Abafada sistematicamente pelas políticas oportunistas que cada vez mais criam obstáculos à sua sobrevivência. Observe-se a profusão de concursos públicos… estudantes-ovelhas concursados, que penduram seus diplomas nas paredes e aguardam pacientemente o chamado do pastor que os alimente muito bem no fim do dia, mas que lhe tosa a lã quando oportuno.

Este é o único lugar no mundo, onde abre-se “uma” vaga, para “milhares” de concorrentes. Isso ocorre, porque há desproporcionalidade entre os ganhos da iniciativa pública e da iniciativa privada. Não há incentivo, há apenas punição ao setor privado, seja na carga tributária ou nas leis de funcionamento que pune empregador e empregado. Silenciosamente, ano a ano, jovens brasileiros são incentivados a trilhar o caminho do funcionalismo público, por causa das seduções oferecidas. Morre a audácia, a ânsia de realizar, de criar, morre o desejo da livre concorrência, que sob os ditames de um poder obtuso desvirtuou-se, corrompeu-se em libertinagem em lugar de se gerar a liberdade que nos é de direito.

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Tratado da Lama

Não é mais para hoje, a luta! Não há mais tempo de se remover o foco populista, totalitário, socialista, comunista, ou quantas palavras se use para designar o nodo, por que já é metastático agora.
Não me tomem por pessimista, que não sou. Tivemos nosso tempo de erradicar esse mal, de mudar curso da história sem precisar usar capa ou voar. O tempo foi passando, os gritos deixaram de ecoar, foram se calando, as pessoas dedicadas às suas atividades diárias, voltaram-se para o cotidiano e não acreditaram em Lex Luthor, e a Kryptonita nos pegou de jeito. E tem sede com palácio e tudo. É tão enfeitiçante e poderosa, que ninguém conseguiu tirá-la do pedestal.

O Brasil é um caso à parte no mundo. É grande, realmente! É grande o suficiente para “apenas” nos escandalizarmos com as coisas que vemos na TV, que duram menos de um dia na pauta de nossa indignação para depois cair no esquecimento. A tendência da sociedade brasileira é esquecer aquela lama social, tanto quanto a lama de Mariana será esquecida. Claro que há as exceções, mas em geral… nunca fomos um povo de lutas.

O que mais me incomoda é toda uma geração perdida, imersa em desvalores, descendo vertiginosamente a ladeira rumo ao marasmo e ao caos, sobrevindo com a falsa democracia deflagrada nos últimos tempos e legalizada nas últimas eleições. Agora sim, estamos oficialmente sujeitos à força arbitrária e desproporcional oprimente.

Os sinais sempre estiveram visíveis. Estiveram sempre lá, em livros, filmes, propagandas, documentos históricos… por que não vimos? é fato consumado e comprovado que todas as dominações de povos, por regimes assistencialistas totalitários, tiveram sua semente na pseudo-democracia que adotamos agora. É claro como água! Ninguém, vira escravo de livre e espontâneo conhecimento e desejo. É preciso um aliciamento, uma sedução irresistível implícita nas promessas de salvação, é preciso um endosso às queixas, um suporte aos anseios de suplantar as dificuldades sociais, desenhando soluções que são, nada menos que mentiras, para dar a sensação de proteção. O apoio à vitimização, o falso socorro às queixas de fracassos para fazer crer ao mais ingênuo, que suas dificuldades são culpas de outrem, que suas derrotas são o resultado de sua exclusão do progresso, por aqueles que os exploram. São sentenças disfarçadas de consolo sussurrante aos ouvidos mais carentes do homem mais desavisado.

É tudo tão claro… por que não se contesta de forma eficiente? Onde buscar o remédio eficaz a fim de se combater esse princípio caótico? Não é fato, que mesmo entre os animais, a recompensa é dada segundo o mérito individual? Como acreditar numa ideologia tão insana, levada a termo por homens insanos em épocas que foram documentadas, discutidas e definitivamente invalidadas pela sensatez e pela lógica?

Loucos! Estamos todos loucos, anestesiados pelo canto da sereia… Os números estão estampados em todas as mídias. Mesmo a mais tendenciosa, a comprada, proclama os números do caos e dos desmandos aos quatro ventos. E mesmo se assim não fizessem, ainda teríamos a realidade do desemprego crescente, a deseducação, o descaso com todas as parcelas sociais, com a saúde, com a infra estrutura,, com a segurança. Perdemos a honra, a vergonha e a coragem, se é que já a tivemos algum dia.

Um país, não se categoriza pela sua fatia mais instruída, mais elitista ou mais rica, se ela for minoritária, é a “maioria” que o apregoa nos quadros das estatísticas. Olhe-se para Cuba… para Venezuela, também há ricos por lá. Há elites, há instrução, mas não é assim que o mundo as vê, porque o que consta nos relatórios mundiais acerca deles é atraso, carência e opressão, representados pela “maioria”.

Não se trata de partidos, mas de ideias que devem ser erradicadas definitivamente da nossa sociedade, porque delas, somente se aproveitam os malfeitores agora empossados e investidos do mais legitimo poder, então organizados em partidos, muitas vezes sem a legitimação genuína da escolha pelo povo. Trata-se de uma ideologia que tomou conta sorrateiramente, de nossas escolas, de nossas instituições, de nossas comunidades, de nossa cultura e de nossas religiões, porque são disseminadas pelo próprio povo. O mal está ascendente, em profusão. A correnteza da lama de Mariana matou um rio e uma redondeza, mas quantos de nós morrerão sob o “Tratado da Lama” vigente… a lama social derramada sobre o Brasil em toda sua extensão?

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Educação Brasileira



Prometer em favor da educação no Brasil, sem pensar no leque de aspectos que esse assunto encerra, ou abstraindo educação moral, sexual, doméstica e ou social, é pura perda de tempo. É hipocrisia.  É por isso que o governo vem há anos e anos desfiando promessas que jamais cumpre.

É necessário ser educado para educar. Não são pontos e vírgulas, nem letras, nem números, que vão resolver a equação de quinto grau que é a “educação brasileira”, portanto o slogan “Pátria Educadora”  é um grande embuste criado para enfeitar uma campanha perversa. O governo jamais pensou em educar o povo. Em passos contrários ao que foi destacado na última campanha, o trabalho mais sistemático no assunto, é exatamente desinformar.

Educar implica em civilizar, lapidar, capacitar, desembrutecer, disciplinar, aperfeiçoar, instruir, iluminar  espiritual e moralmente um indivíduo, para torná-lo pleno em seu intelecto e apto em seus talentos. Nem de longe o programa de educação brasileira nos brinda com esses parâmetros. Mas não é qualquer um que sabe disso, ...e é aí que se embasa a política populista de adestração de uma sociedade já claudicante.

A formação intelectual de um povo, passa pela oferta cultural que seu governo permite ou oferece através da história construída diariamente pelos exemplos e pelas políticas educacionais adotadas. É claro que começamos a nos educar desde o berço, e à família, cabe a parte mais importante da educação, que é ministrar aos filhos, as doses dessa oferta cultural.

Não é uma questão de censura, mas de “controle de padrão de qualidade”. Não está acontecendo conosco! Não há qualquer padrão de qualidade a nortear a conduta atual de nosso povo, seja no comportamento familiar, ou com o próximo, seja na música, na moda, no convívio coletivo... somos um povo sem rumo e sem prumo agora.

Não parece importante assim dizendo, não somos o país das estatísticas (que tanto contribuem para elucidar questões de sociedade), mas há estudos internacionais que provam “por exemplo”, a influência da cultura musical na formação de um indivíduo e ainda mais surpreendente é saber que isso vem a influir no próprio desenvolvimento biológico de um ser humano em crescimento. Se veio à sua memória, as garotas pré-adolescentes de minissaia dançando em gestos de apelos sexuais, perfiladas sob as luzes coloridas dos bailes funks, entenderá perfeitamente o que estou dizendo. Essa prática comum em determinada classe da população, sem freios, sem regras, promovida pela permissividade extremada, é responsável pela  modificação do curso hormonal da menina, que tem seu ingresso no sexo mais cedo e por conseguinte, todo seu organismo modificado. Isso é um exemplo entre milhares.

Em outros tempos, tivemos um padrão de qualidade que nos brindava com aulas de moral e de civismo, mesmo nas escolas públicas. Forças-tarefa comprometidas com a boa formação do indivíduo, com seu aprendizado, com seu comportamento individual ou em conjunto, a fim de ensinar a valorizar e promover as tão almejadas “ordem e progresso” impressas em nossa bandeira.

Desestruturados hoje, sistematicamente, expostos à absorção de uma cultura massiva e egoísta de maus hábitos, promovida ou permitida pelas políticas de um governo populista, o indivíduo brasileiro está cada vez mais solitário, menos tolerante, mais egoísta, menos evoluído espiritual e moralmente.

Quanto à política educacional restrita às “escolas da Pátria Educadora”, nem necessitamos desgastar mais o assunto, porque aí então, é que teremos páginas e páginas de queixas já bem conhecidas do pobre povo gado brasileiro.

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

Caminho de Volta



Nascido em 1939, David Horowitz, filho de comunistas sonhadores, transitou durante muito tempo pelos caminhos dessa ideologia.  A influência de seus pais, não poderia render-lhe, senão alguns anos de sua juventude, mergulhado no  idealismo Marxista apaixonado. Horowitz foi naquele então, um homem sonhador, observador da evolução social,  dos conflitos mundiais vividos à sua época de rapaz nos anos 50/60, onde fervilhavam as manifestações, o sonho de economia planificada, que pretendia implantar um modelo socialista, que promovia a igualdade dos povos, sob um comando que tudo provesse, para que todos tivessem. Sua adolescência foi vivida em plena guerra fria e seu temperamento dinâmico certamente lhe permitiu se inserir a fundo nos valores socialistas, ainda que morasse num país capitalista, lado oposto do cabo dessa guerra fria com a União Soviética.

No entanto, o senso de humanidade é bom senso sempre, e a observação da evolução e desenrolar dessa guerra fria e a vida fora da União Soviética, trouxe à luz dos olhos de Horowitz, a realidade acerca dos seus ídolos e ideais. A subida de Nikita Khrushchov ao poder pós Stalin, revela ao mundo documentos e livros importantes que denunciam  a prática de horrores e a existência de campos de concentração soviéticos, encapsulados no idealismo socialista da época.

Horowitz toma conhecimento do Khrushchov Report aos 17 anos, um momento crucial de consciência, que promoveu a debandada e abandono de muitos membros do partido. É claro que uma mudança drástica de um ideal introjetado sistematicamente na vida de qualquer indivíduo, não acontece de forma abrupta ou sem danos, e Horowitz, passa a adotar um socialismo mais suave, “falsamente inofensivo”, como o que conhecemos hoje. Então, o idealismo de David, se manifesta na criação da nova esquerda americana, cujos ideais de sistema, são uma volta ao Marxismo, sem as máculas de sangue deixadas por Stalin. Mas o espírito de David, é que é puro e sem máculas.

David se torna um ativista influente da causa social e consolida sua aptidão pela liderança e o gosto pela escrita lhe torna famoso. Mais adiante, já morando na Europa, ele revê conceitos e concebe a estrutura de uma esquerda nada totalitarista, mais liberal, mais suave e amena, que formaliza em matérias escritas para revistas importantes, em sua volta aos Estados Unidos.

É irônico mas providencial, observar-se aí, que em qualquer tempo, apesar de ideais, de sonhos, de disciplina e aprendizados de esquerda, cujo principal fundamento é se opor ao capitalismo, todas as criaturas se servem da livre escolha e iniciativa para suas realizações pessoais.

Nesse instante abro parêntese, para esboçar minha observação lógica de que, se o socialismo prega uma igualdade para os homens, na forma em que a caridade, ou fraternidade social que iguala as pessoas a fim de torná-las dignas, é o ingrediente principal, por outro lado, esse mesmo socialismo é relegado a segundo plano, pelo seu mais ferrenho defensor, assim que movido pela lei natural da recompensa, inerente ao indivíduo, desde seu nascimento. Explicando: não há igualdade entre os homens, jamais haverá essa igualdade, porque desde os mais primários sentimentos e reações humanas (até mesmo nos animais irracionais), esperamos “recompensa”. Vivemos, trabalhamos e morremos por ela e ela não pode ser igual para todos em nenhum aspecto. A lei da recompensa é tão fundamental, provável e irrefutável, quanto a lei da gravidade. É nesse ponto que volto a citar Horowitz, que vai exercer  naquele então, seus ideais de socialismo, sim, numa democracia sustentada pelo velho e bom capitalismo que provê as recompensas de cada um.

Mais adiante, abalado com a morte de sua amiga Beth, em circunstâncias misteriosas, David constata que o companheirismo da frente de revolução era apenas de fachada, (posto que adiante fica esclarecido a sua morte por um membro dessa vanguarda revolucionária que permanece em silêncio oportuno) e sua ideologia tão pura, era inútil para resolver questões que a própria causa regrava.

Aqui novamente, abro outro parêntese, para lembrar que o tempo não é providente o suficiente, para modificar práticas e ideais falidos. O socialismo puro do ideal de Horowitz àquela época, não existirá jamais, pois assim como a lei da recompensa é natural da vida, a natureza humana é primorosa em suas diferenças. Assim como há indivíduos, cuja caridade e fraternidade são o sal de seu caráter, há também na mesma medida o homem indiferente, porém, todos sem exceção, regidos pela “lei de recompensa”, seja ela em qualquer ordem.

David Horowitz finalmente enxerga além do véu negro da falsa igualdade social, os elementos primários que regem a vida em suas diferenças. Não havia em seus companheiros de frente esquerdista, o menor interesse em trazer a verdade à vista do mundo. Então David compreende os meandros desse socialismo e rompe com toda a referência de seus ideais. Os nove anos seguintes foram de silêncio literário, desorientação e de desconstrução de todo aparato ideológico que ele tinha por verdade e que nada mais era, do que uma ideologia, repito, falida, e de compaixão seletiva.

Horowitz que defendia a retirada de tropas americanas do Vietnam, assiste junto ao resto do mundo estupefato, o massacre aos vietnamitas, cambojanos e tailandeses (3 milhões de pessoas assassinadas, 2 milhões de refugiados e outras dezenas de milhões de sul vietnamitas mortos pelos irmãos do norte), pelos comunistas, em campos chamados de reeducação e endossados pelo silêncio conveniente da esquerda mundial.

A visão crítica de David é necessária aos idealistas de hoje, para acordar aqueles que abraçaram por ideologia o socialismo, sob a ilusão da realização de uma plenitude social homogênea, de uma utopia colorida de contos de fada.

Sempre é tempo de mudar. Sempre! A razão prevalece nos corações que nascem para o bem. Horowitz fez seu luto do esquerdismo utópico, que viu se esvair na fragilidade da matéria-prima ilusória do socialismo. Verteu suas lágrimas, fez sua catarse, e se reconstruiu no elemento da verdade sólida que nem de longe se chama socialismo.

O conservadorismo é a roda descoberta, e não há como nem porque se reinventá-la. Não há como alimentar utopias, porque a verdade sempre emergirá  delas. As leis da natureza (como as da recompensa), são irrefutáveis e uma vez compreendidas, resta apenas aceitá-las e delas procurar o controle para se prover o desenvolvimento da vida em sociedade pacífica.

A compreensão da necessidade de estudo de todas as  lógicas, é bem vinda nesse ponto em que se observa que a retirada de um conceito como por exemplo, o conservadorismo, das grades de ensino das universidades e escolas, deixa de ser estudo, para se tornar “propaganda sistemática”. Assim, temos vivido dias de publicidade socialista constante em nosso meio social brasileiro, pela propagação de leis e emendas políticas praticadas pelos três poderes, que têm adotado os caminhos tortuosos desse sistema cujo produto final vem a ser a falência de valores, de conquistas, enfim.. de toda a sociedade.

David Horowitz tem trabalhos relevantes para a sociedade, como fundações, institutos e  obras primas de literatura, cuja leitura é um presente às mentes pensantes, cujo valor é inestimável por ser cheio de conhecimentos dos dois lados, em que aqui faço destaque ao título “A Arte da Guerra Política”.

Em sua obra “A Arte da Guerra Política”, Horowitz destaca pontos cruciais determinantes das vitórias políticas,  independente de ideologias, mas que uma vez aplicados, convergem para a vitória. Destaca o cenário dessa guerra onde há três elementos a ser considerados, 2 oponentes e o povo que assiste. De outra forma, numa primeira instância, eu chamaria de arena de batalha, onde os elementos são perfeitamente ajustados ao contexto de 2 adversários e 1 prêmio. David brilhantemente descreve em sua obra os passos trilhados pelos vencedores, os métodos adotados pelos oponentes, as escolhas feitas pelos eleitores. Cita exemplos próximos de nós, e formaliza com tanta lucidez, simplicidade e verdade, os desenhos da guerra política, que ao final da leitura, é quase irresistível dizer... Elementar meu Caro Watson!

Mas de tudo que li, o mais feliz dos momentos é compreender que David Horowitz, outrora militante de esquerda,  valida o conceito de conservadorismo, porque esse sim, é baseado na verdade sólida e provável.

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grumpomoneybr