quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Tratado da Lama

Não é mais para hoje, a luta! Não há mais tempo de se remover o foco populista, totalitário, socialista, comunista, ou quantas palavras se use para designar o nodo, por que já é metastático agora.
Não me tomem por pessimista, que não sou. Tivemos nosso tempo de erradicar esse mal, de mudar curso da história sem precisar usar capa ou voar. O tempo foi passando, os gritos deixaram de ecoar, foram se calando, as pessoas dedicadas às suas atividades diárias, voltaram-se para o cotidiano e não acreditaram em Lex Luthor, e a Kryptonita nos pegou de jeito. E tem sede com palácio e tudo. É tão enfeitiçante e poderosa, que ninguém conseguiu tirá-la do pedestal.

O Brasil é um caso à parte no mundo. É grande, realmente! É grande o suficiente para “apenas” nos escandalizarmos com as coisas que vemos na TV, que duram menos de um dia na pauta de nossa indignação para depois cair no esquecimento. A tendência da sociedade brasileira é esquecer aquela lama social, tanto quanto a lama de Mariana será esquecida. Claro que há as exceções, mas em geral… nunca fomos um povo de lutas.

O que mais me incomoda é toda uma geração perdida, imersa em desvalores, descendo vertiginosamente a ladeira rumo ao marasmo e ao caos, sobrevindo com a falsa democracia deflagrada nos últimos tempos e legalizada nas últimas eleições. Agora sim, estamos oficialmente sujeitos à força arbitrária e desproporcional oprimente.

Os sinais sempre estiveram visíveis. Estiveram sempre lá, em livros, filmes, propagandas, documentos históricos… por que não vimos? é fato consumado e comprovado que todas as dominações de povos, por regimes assistencialistas totalitários, tiveram sua semente na pseudo-democracia que adotamos agora. É claro como água! Ninguém, vira escravo de livre e espontâneo conhecimento e desejo. É preciso um aliciamento, uma sedução irresistível implícita nas promessas de salvação, é preciso um endosso às queixas, um suporte aos anseios de suplantar as dificuldades sociais, desenhando soluções que são, nada menos que mentiras, para dar a sensação de proteção. O apoio à vitimização, o falso socorro às queixas de fracassos para fazer crer ao mais ingênuo, que suas dificuldades são culpas de outrem, que suas derrotas são o resultado de sua exclusão do progresso, por aqueles que os exploram. São sentenças disfarçadas de consolo sussurrante aos ouvidos mais carentes do homem mais desavisado.

É tudo tão claro… por que não se contesta de forma eficiente? Onde buscar o remédio eficaz a fim de se combater esse princípio caótico? Não é fato, que mesmo entre os animais, a recompensa é dada segundo o mérito individual? Como acreditar numa ideologia tão insana, levada a termo por homens insanos em épocas que foram documentadas, discutidas e definitivamente invalidadas pela sensatez e pela lógica?

Loucos! Estamos todos loucos, anestesiados pelo canto da sereia… Os números estão estampados em todas as mídias. Mesmo a mais tendenciosa, a comprada, proclama os números do caos e dos desmandos aos quatro ventos. E mesmo se assim não fizessem, ainda teríamos a realidade do desemprego crescente, a deseducação, o descaso com todas as parcelas sociais, com a saúde, com a infra estrutura,, com a segurança. Perdemos a honra, a vergonha e a coragem, se é que já a tivemos algum dia.

Um país, não se categoriza pela sua fatia mais instruída, mais elitista ou mais rica, se ela for minoritária, é a “maioria” que o apregoa nos quadros das estatísticas. Olhe-se para Cuba… para Venezuela, também há ricos por lá. Há elites, há instrução, mas não é assim que o mundo as vê, porque o que consta nos relatórios mundiais acerca deles é atraso, carência e opressão, representados pela “maioria”.

Não se trata de partidos, mas de ideias que devem ser erradicadas definitivamente da nossa sociedade, porque delas, somente se aproveitam os malfeitores agora empossados e investidos do mais legitimo poder, então organizados em partidos, muitas vezes sem a legitimação genuína da escolha pelo povo. Trata-se de uma ideologia que tomou conta sorrateiramente, de nossas escolas, de nossas instituições, de nossas comunidades, de nossa cultura e de nossas religiões, porque são disseminadas pelo próprio povo. O mal está ascendente, em profusão. A correnteza da lama de Mariana matou um rio e uma redondeza, mas quantos de nós morrerão sob o “Tratado da Lama” vigente… a lama social derramada sobre o Brasil em toda sua extensão?

Por: Mônica Torres
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Publicado originalmente em: Grupomoneybr