Que não se leia neste texto,
uma apologia ao capitalismo. Tenho saudades dos bons tempos…, aqueles,
onde a iniciativa privada era aplaudida no meio social, incentivada nas
decisões de governo e almejada pelos jovens na sua ânsia de
prosperidade. O conjunto de atividades componentes da atividade privada,
nem sempre visou lucros (financeiros). Houve profícuos resultados em
áreas diversas, na pesquisa, na educação, cuja alavanca em nada se
prendeu a patrocínios do governo.
Ao longo desse período
conturbado de políticas contaminadas, que há alguns anos têm se mantido
no topo do poder alternando apenas representantes de um mesmo vício
chamado de partido, aqui, desde minha simplicidade de cidadã comum
desconhecida, mas contribuinte dos recursos impostos e regularizada sob
números e etc, eu tenho verdadeiras surpresas nas constatações que faço
dia a dia.
A atividade privada, agoniza
como paciente terminal em UTI. Não me digam que não, porque mesmo a
mais metódica mentalidade socialista, sabe disso. A fantasia
progressista da política vigente está enterrando em mar de lama, todos
os esforços já feitos até hoje para promover o crescimento e progresso
dos nossos gênios criativos.
A decadência patrimonial começa, quando se adota a prática da centralização e generalização de permissões e julgamentos.
Quer entender isso de forma
fácil? Imagine uma família (uma nação) cujos filhos (população), de
talentos, coragem e disposição, diferentes, estejam sob os “cuidados” de
pais amorosos (governo), zelosos e atentos às necessidades de cada um,
para promover-lhes a ferramenta necessária para seu desabrochar e
sucesso nas realizações. Não é trabalho dos pais (governo) realizar, nem
prover toda sorte de sustento, nem de viver pelos filhos (cidadãos)
suas experiências, tampouco realizar por eles seu crescimento. É
obrigação de pais amorosos (governo), promover o ambiente necessário
para que cada um desses filhos (cidadãos), a seu tempo, coragem e
talentos, se desenvolvam e resultem em sucesso que os alinhe com êxito
aos membros bem sucedidos de outras famílias (nações). Aos filhos
(cidadãos), seja lembrado o “significado” de progredir no terreno
social, moral e material, promovendo-se o respeito e a valorização
humana “sobre” absolutamente todos os outros valores. Isso transcende
políticas, religiões e culturas. Significa realmente aplicar o conceito
de “amar o próximo como a si mesmo”.
Agora, imagine essa família
(nação) sob o “comando” de pais (governo) centralizadores do poder,
cujas decisões são tomadas à risca desde um único centro de controle. A
esse comando (governo), cabe decidir, prover e executar de forma
igualitária o tratamento que melhor lhes aprouver para promover a
“igualdade” de resultados e benefícios entre os filhos (cidadãos) sem
que a eles seja dada a liberdade de se destacar, de criar riquezas, de
evoluir no terreno material, e humano. Um comando (governo) único que se
declara justo, assistencial e benfeitor em favor de seus filhos
(cidadãos). Que lhes recolhe os bens produzidos e os distribui igual e
injustamente aos seus irmãos, sem lhes permitir adiantar-se uns aos
outros, em suas diferenças e talentos, sob o argumento de uma justiça e
fraternidade inexistentes. O resultado é um atraso de quem caminha ao
lado de alguém cujos passos são menores e precisa esperar por este. Se
parece com um curral de ovelhas pastoradas, andando na mesma direção,
escolhida por um pastor, de cuja humanidade, honra, sabedoria e pureza,
dependem completamente, não é? E que não ousem se afastar dessa massa
caminhante, para não serem chamados de ovelhas negras.
Assim tem morrido a
iniciativa privada. Abafada sistematicamente pelas políticas
oportunistas que cada vez mais criam obstáculos à sua sobrevivência.
Observe-se a profusão de concursos públicos… estudantes-ovelhas
concursados, que penduram seus diplomas nas paredes e aguardam
pacientemente o chamado do pastor que os alimente muito bem no fim do
dia, mas que lhe tosa a lã quando oportuno.
Este é o único lugar no
mundo, onde abre-se “uma” vaga, para “milhares” de concorrentes. Isso
ocorre, porque há desproporcionalidade entre os ganhos da iniciativa
pública e da iniciativa privada. Não há incentivo, há apenas punição ao
setor privado, seja na carga tributária ou nas leis de funcionamento que
pune empregador e empregado. Silenciosamente, ano a ano, jovens
brasileiros são incentivados a trilhar o caminho do funcionalismo
público, por causa das seduções oferecidas. Morre a audácia, a ânsia de
realizar, de criar, morre o desejo da livre concorrência, que sob os
ditames de um poder obtuso desvirtuou-se, corrompeu-se em libertinagem
em lugar de se gerar a liberdade que nos é de direito.
Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr