segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Privados de Iniciativa

Que não se leia neste texto, uma apologia ao capitalismo. Tenho saudades dos bons tempos…, aqueles, onde a iniciativa privada era aplaudida no meio social, incentivada nas decisões de governo e almejada pelos jovens na sua ânsia de prosperidade. O conjunto de atividades componentes da atividade privada, nem sempre visou lucros (financeiros). Houve profícuos resultados em áreas diversas, na pesquisa, na educação, cuja alavanca em nada se prendeu a patrocínios do governo.

Ao longo desse período conturbado de políticas contaminadas, que há alguns anos têm se mantido no topo do poder alternando apenas representantes de um mesmo vício chamado de partido, aqui, desde minha simplicidade de cidadã comum desconhecida, mas contribuinte dos recursos impostos e regularizada sob números e etc, eu tenho verdadeiras surpresas nas constatações que faço dia a dia.

A atividade privada, agoniza como paciente terminal em UTI. Não me digam que não, porque mesmo a mais metódica mentalidade socialista, sabe disso. A fantasia progressista da política vigente está enterrando em mar de lama, todos os esforços já feitos até hoje para promover o crescimento e progresso dos nossos gênios criativos.

A decadência patrimonial começa, quando se adota a prática da centralização e generalização de permissões e julgamentos.

Quer entender isso de forma fácil? Imagine uma família (uma nação) cujos filhos (população), de talentos, coragem e disposição, diferentes, estejam sob os “cuidados” de pais amorosos (governo), zelosos e atentos às necessidades de cada um, para promover-lhes a ferramenta necessária para seu desabrochar e sucesso nas realizações. Não é trabalho dos pais (governo) realizar, nem prover toda sorte de sustento, nem de viver pelos filhos (cidadãos) suas experiências, tampouco realizar por eles seu crescimento. É obrigação de pais amorosos (governo), promover o ambiente necessário para que cada um desses filhos (cidadãos), a seu tempo, coragem e talentos, se desenvolvam e resultem em sucesso que os alinhe com êxito aos membros bem sucedidos de outras famílias (nações). Aos filhos (cidadãos), seja lembrado o “significado” de progredir no terreno social, moral e material, promovendo-se o respeito e a valorização humana “sobre” absolutamente todos os outros valores. Isso transcende políticas, religiões e culturas. Significa realmente aplicar o conceito de “amar o próximo como a si mesmo”.

Agora, imagine essa família (nação) sob o “comando” de pais (governo) centralizadores do poder, cujas decisões são tomadas à risca desde um único centro de controle. A esse comando (governo), cabe decidir, prover e executar de forma igualitária o tratamento que melhor lhes aprouver para promover a “igualdade” de resultados e benefícios entre os filhos (cidadãos) sem que a eles seja dada a liberdade de se destacar, de criar riquezas, de evoluir no terreno material, e humano. Um comando (governo) único que se declara justo, assistencial e benfeitor em favor de seus filhos (cidadãos). Que lhes recolhe os bens produzidos e os distribui igual e injustamente aos seus irmãos, sem lhes permitir adiantar-se uns aos outros, em suas diferenças e talentos, sob o argumento de uma justiça e fraternidade inexistentes. O resultado é um atraso de quem caminha ao lado de alguém cujos passos são menores e precisa esperar por este. Se parece com um curral de ovelhas pastoradas, andando na mesma direção, escolhida por um pastor, de cuja humanidade, honra, sabedoria e pureza, dependem completamente, não é? E que não ousem se afastar dessa massa caminhante, para não serem chamados de ovelhas negras.

Assim tem morrido a iniciativa privada. Abafada sistematicamente pelas políticas oportunistas que cada vez mais criam obstáculos à sua sobrevivência. Observe-se a profusão de concursos públicos… estudantes-ovelhas concursados, que penduram seus diplomas nas paredes e aguardam pacientemente o chamado do pastor que os alimente muito bem no fim do dia, mas que lhe tosa a lã quando oportuno.

Este é o único lugar no mundo, onde abre-se “uma” vaga, para “milhares” de concorrentes. Isso ocorre, porque há desproporcionalidade entre os ganhos da iniciativa pública e da iniciativa privada. Não há incentivo, há apenas punição ao setor privado, seja na carga tributária ou nas leis de funcionamento que pune empregador e empregado. Silenciosamente, ano a ano, jovens brasileiros são incentivados a trilhar o caminho do funcionalismo público, por causa das seduções oferecidas. Morre a audácia, a ânsia de realizar, de criar, morre o desejo da livre concorrência, que sob os ditames de um poder obtuso desvirtuou-se, corrompeu-se em libertinagem em lugar de se gerar a liberdade que nos é de direito.

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Tratado da Lama

Não é mais para hoje, a luta! Não há mais tempo de se remover o foco populista, totalitário, socialista, comunista, ou quantas palavras se use para designar o nodo, por que já é metastático agora.
Não me tomem por pessimista, que não sou. Tivemos nosso tempo de erradicar esse mal, de mudar curso da história sem precisar usar capa ou voar. O tempo foi passando, os gritos deixaram de ecoar, foram se calando, as pessoas dedicadas às suas atividades diárias, voltaram-se para o cotidiano e não acreditaram em Lex Luthor, e a Kryptonita nos pegou de jeito. E tem sede com palácio e tudo. É tão enfeitiçante e poderosa, que ninguém conseguiu tirá-la do pedestal.

O Brasil é um caso à parte no mundo. É grande, realmente! É grande o suficiente para “apenas” nos escandalizarmos com as coisas que vemos na TV, que duram menos de um dia na pauta de nossa indignação para depois cair no esquecimento. A tendência da sociedade brasileira é esquecer aquela lama social, tanto quanto a lama de Mariana será esquecida. Claro que há as exceções, mas em geral… nunca fomos um povo de lutas.

O que mais me incomoda é toda uma geração perdida, imersa em desvalores, descendo vertiginosamente a ladeira rumo ao marasmo e ao caos, sobrevindo com a falsa democracia deflagrada nos últimos tempos e legalizada nas últimas eleições. Agora sim, estamos oficialmente sujeitos à força arbitrária e desproporcional oprimente.

Os sinais sempre estiveram visíveis. Estiveram sempre lá, em livros, filmes, propagandas, documentos históricos… por que não vimos? é fato consumado e comprovado que todas as dominações de povos, por regimes assistencialistas totalitários, tiveram sua semente na pseudo-democracia que adotamos agora. É claro como água! Ninguém, vira escravo de livre e espontâneo conhecimento e desejo. É preciso um aliciamento, uma sedução irresistível implícita nas promessas de salvação, é preciso um endosso às queixas, um suporte aos anseios de suplantar as dificuldades sociais, desenhando soluções que são, nada menos que mentiras, para dar a sensação de proteção. O apoio à vitimização, o falso socorro às queixas de fracassos para fazer crer ao mais ingênuo, que suas dificuldades são culpas de outrem, que suas derrotas são o resultado de sua exclusão do progresso, por aqueles que os exploram. São sentenças disfarçadas de consolo sussurrante aos ouvidos mais carentes do homem mais desavisado.

É tudo tão claro… por que não se contesta de forma eficiente? Onde buscar o remédio eficaz a fim de se combater esse princípio caótico? Não é fato, que mesmo entre os animais, a recompensa é dada segundo o mérito individual? Como acreditar numa ideologia tão insana, levada a termo por homens insanos em épocas que foram documentadas, discutidas e definitivamente invalidadas pela sensatez e pela lógica?

Loucos! Estamos todos loucos, anestesiados pelo canto da sereia… Os números estão estampados em todas as mídias. Mesmo a mais tendenciosa, a comprada, proclama os números do caos e dos desmandos aos quatro ventos. E mesmo se assim não fizessem, ainda teríamos a realidade do desemprego crescente, a deseducação, o descaso com todas as parcelas sociais, com a saúde, com a infra estrutura,, com a segurança. Perdemos a honra, a vergonha e a coragem, se é que já a tivemos algum dia.

Um país, não se categoriza pela sua fatia mais instruída, mais elitista ou mais rica, se ela for minoritária, é a “maioria” que o apregoa nos quadros das estatísticas. Olhe-se para Cuba… para Venezuela, também há ricos por lá. Há elites, há instrução, mas não é assim que o mundo as vê, porque o que consta nos relatórios mundiais acerca deles é atraso, carência e opressão, representados pela “maioria”.

Não se trata de partidos, mas de ideias que devem ser erradicadas definitivamente da nossa sociedade, porque delas, somente se aproveitam os malfeitores agora empossados e investidos do mais legitimo poder, então organizados em partidos, muitas vezes sem a legitimação genuína da escolha pelo povo. Trata-se de uma ideologia que tomou conta sorrateiramente, de nossas escolas, de nossas instituições, de nossas comunidades, de nossa cultura e de nossas religiões, porque são disseminadas pelo próprio povo. O mal está ascendente, em profusão. A correnteza da lama de Mariana matou um rio e uma redondeza, mas quantos de nós morrerão sob o “Tratado da Lama” vigente… a lama social derramada sobre o Brasil em toda sua extensão?

Por: Mônica Torres
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Publicado originalmente em: Grupomoneybr