terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Engenharia Social Brasileira

De uns tempos pra cá, expressões antes desconhecidas, têm encontrado seu lugar na lista de uso diário da população mundial. ‘Engenharia Social’ (arte de manipular pessoas) é uma delas.

O termo quer dizer mais do que a semântica traz à luz. A tradução simplista de ‘Engenharia Social’, ou… seu significado linguístico, apesar de ajustado à imagem das palavras, está ainda longe de fazer justiça à importância do contexto introjetado nessa expressão. É mais do que uma expressão, é uma metodologia de orientação social segundo diretrizes cuidadosamente traçadas segundo uma agenda global.

Talvez seja fantasioso e romântico, engessar opiniões e alimentar crenças em ‘teorias de conspiração’, pelas quais, estaríamos todos transportados para o mundo de George Orwell em sua obra ‘1984’, mas não é errado lembrar que grandes conspirações com propósito de domínios dos povos, nasceram de persuasão desses povos, através de aliciamento por discursos e métodos bem organizados. Se olharmos um pouco para trás, confirmaremos isso na revolução russa, na segunda guerra mundial, na revolução cubana, e mais recentemente na Venezuela.

Eles vêm tentado acertar e começam aparando as arestas na correção de erros do passado. A Engenharia Social, vem com uma proposta inovadora, limpa, acessível e colorida aos olhos distraídos e as mentes desatentas, para sua investidura. Há na técnica, um desmonte de conceitos, e o uso de dois recursos imbatíveis: A sedução para os seduzíveis, e a persuasão para os resistentes.

A oferta do sucesso ou do ostracismo, é o X da Engenharia Social mundo afora, variando seus procedimentos de acordo com o pacote cultural de cada povo. Assim, o aliciamento parece ir desde a propaganda subliminar, até a abordagem direta através de ameaças ou prêmios a indivíduos de destaque social transformando-os em seu devido tempo, em veículos diretos da propagação dessa agenda silenciosa.

Tudo é moldado em cima de relativismo, de pontos de vista, ao contrário do objetivismo sólido, que defende a iniciativa individual, segundo regras e crenças pessoais. Desconstrói-se a referência, em comparativos entre ruins e piores. O emprego do choque, providencia essa sensação de relativo conforto com o “menos ruim”.

Em exemplo bem brasileiro? Nossa política está cheia deles. Já não nos chocamos mais com os roubos nas casas de 6 zeros… porque já fomos lesados em bilhões. Toda nossa população está de certa forma, arrebatada pela oferta da Engenharia Social à moda brasileira. Se de um lado, o mundo corre risco de ser tornar escravo voluntário (se é que se pode usar essa expressão controversa), no Brasil a grande jogada é aplicar o jogo do disfarce.

Se levarmos a sério as afirmações sobre a Engenharia Social e procurarmos os exemplos de que tanto se fala, em nossa sociedade iremos encontrá-los bem definidos e empregados em larga escala pelo território desse país continental.

Na Engenharia Social a desconstrução de alicerces morais e éticos, pretende modificações para tanto os grandes grupos, quanto para a menor célula social… a família. Nós, brasileiros, quase já não temos essa moral e ética em destaque e a liberdade já se tornou libertinagem há algum tempo. As sementes dessa metodologia estão plantadas nos diversos corredores sociais e bem representadas em órgãos públicos.

Aqui prevalecem as teorias do choque e a da sedução, mas tudo é feito através de dinheiro. Apresenta-se o absurdo de forma banal, até que se torne aceitável. As notícias brasileiras sobre rombos astronômicos, sobre práticas ilícitas absurdas, sobre crimes, desvios, desrespeito às leis pelos próprios fazedores de leis, funcionam como uma vacina… é a teoria de choque em ação, aprontando cada brasileiro para se sentir confortável com desgraças menores.

Mônica Torres
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Publicado originalmente em : Grupomoneybr