De uns tempos pra cá, expressões antes
desconhecidas, têm encontrado seu lugar na lista de uso diário da
população mundial. ‘Engenharia Social’ (arte de manipular pessoas) é uma
delas.
O termo quer dizer mais do que a
semântica traz à luz. A tradução simplista de ‘Engenharia Social’, ou…
seu significado linguístico, apesar de ajustado à imagem das palavras,
está ainda longe de fazer justiça à importância do contexto introjetado
nessa expressão. É mais do que uma expressão, é uma metodologia de
orientação social segundo diretrizes cuidadosamente traçadas segundo uma
agenda global.
Talvez seja fantasioso e romântico,
engessar opiniões e alimentar crenças em ‘teorias de conspiração’, pelas
quais, estaríamos todos transportados para o mundo de George Orwell em
sua obra ‘1984’, mas não é errado lembrar que grandes conspirações com
propósito de domínios dos povos, nasceram de persuasão desses povos,
através de aliciamento por discursos e métodos bem organizados. Se
olharmos um pouco para trás, confirmaremos isso na revolução russa, na
segunda guerra mundial, na revolução cubana, e mais recentemente na
Venezuela.
Eles vêm tentado acertar e começam
aparando as arestas na correção de erros do passado. A Engenharia
Social, vem com uma proposta inovadora, limpa, acessível e colorida aos
olhos distraídos e as mentes desatentas, para sua investidura. Há na
técnica, um desmonte de conceitos, e o uso de dois recursos imbatíveis: A
sedução para os seduzíveis, e a persuasão para os resistentes.
A oferta do sucesso ou do ostracismo, é o
X da Engenharia Social mundo afora, variando seus procedimentos de
acordo com o pacote cultural de cada povo. Assim, o aliciamento parece
ir desde a propaganda subliminar, até a abordagem direta através de
ameaças ou prêmios a indivíduos de destaque social transformando-os em
seu devido tempo, em veículos diretos da propagação dessa agenda
silenciosa.
Tudo é moldado em cima de relativismo, de
pontos de vista, ao contrário do objetivismo sólido, que defende a
iniciativa individual, segundo regras e crenças pessoais. Desconstrói-se
a referência, em comparativos entre ruins e piores. O emprego do
choque, providencia essa sensação de relativo conforto com o “menos
ruim”.
Em exemplo bem brasileiro? Nossa política
está cheia deles. Já não nos chocamos mais com os roubos nas casas de 6
zeros… porque já fomos lesados em bilhões. Toda nossa população está de
certa forma, arrebatada pela oferta da Engenharia Social à moda
brasileira. Se de um lado, o mundo corre risco de ser tornar escravo
voluntário (se é que se pode usar essa expressão controversa), no Brasil
a grande jogada é aplicar o jogo do disfarce.
Se levarmos a sério as afirmações sobre a
Engenharia Social e procurarmos os exemplos de que tanto se fala, em
nossa sociedade iremos encontrá-los bem definidos e empregados em larga
escala pelo território desse país continental.
Na Engenharia Social a desconstrução de
alicerces morais e éticos, pretende modificações para tanto os grandes
grupos, quanto para a menor célula social… a família. Nós, brasileiros,
quase já não temos essa moral e ética em destaque e a liberdade já se
tornou libertinagem há algum tempo. As sementes dessa metodologia estão
plantadas nos diversos corredores sociais e bem representadas em órgãos
públicos.
Aqui prevalecem as teorias do choque e a
da sedução, mas tudo é feito através de dinheiro. Apresenta-se o absurdo
de forma banal, até que se torne aceitável. As notícias brasileiras
sobre rombos astronômicos, sobre práticas ilícitas absurdas, sobre
crimes, desvios, desrespeito às leis pelos próprios fazedores de leis,
funcionam como uma vacina… é a teoria de choque em ação, aprontando cada
brasileiro para se sentir confortável com desgraças menores.
Mônica Torres
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Publicado originalmente em : Grupomoneybr